Os projetos de conservação das florestas tropicais não são adequados para a compensação de carbono e uma abordagem diferente deveria ser usada para proteger de forma eficaz ecossistemas vitais como a Amazônia, concluiu uma nova pesquisa.
Uma nova pesquisa do Projeto de Comércio de Carbono da UC Berkeley – que analisa os créditos de carbono das florestas tropicais certificados pela Verra (gerenciadora do principal programa de mercados voluntários de carbono do mundo) – descobriu que o sistema não é adequado para o propósito.
Segundo o relatório, os esquemas de crédito de carbono geram grandes impactos ambientais e, alguns projetos, não fornecem salvaguardas para as comunidades vulneráveis que habitam as florestas. Por isso, eles são inadequados para serem utilizados pelas empresas em reivindicações de compensação de carbono, uma vez que não são equivalentes às emissões de combustíveis fósseis.
A equipe de 14 investigadores da UC Berkeley descobriu que a maioria dos créditos não representava um impacto positivo no clima, que os projetos subestimam o risco de deslocar a desflorestação para outros lugares e que os auditores muitas vezes não conseguem fazer cumprir as regras sobre a geração de créditos. Além disso, o relatório afirma que alguns projetos causaram o deslocamento ou desapropriação de comunidades vulneráveis, apesar das salvaguardas destinadas a prevenir danos.
Em resposta à pesquisa, Verra disse que muitas das questões destacadas no relatório seriam tratadas na nova metodologia de geração de créditos de carbono, que será publicada no próximo poucas semanas. A entidade publicou uma resposta técnica ao estudo.
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