Um novo relatório avalia as emissões de gases de efeito estufa, o impacto na natureza e os riscos climáticos associados a 10 produtos considerados estratégicos na saúde pública global.
O material verificado pela agência global Unitaid é usado no combate a infeções como HIV, tuberculose, malária, e ainda em intervenções em favor da saúde de mulheres e crianças além da resposta a emergências globais.
A publicação “De miligramas a megatons: uma avaliação climática e natural de dez produtos essenciais para a saúde” examina ainda temas como obtenção de matérias-primas, resíduos, emissões de carbono e poluição plástica.
Uma das constatações é que as cadeias de abastecimento desses produtos emitem mais de 3,5 milhões de toneladas de carbono por ano. Para baixar as emissões seria preciso reciclar solventes e fazer a mudança para energias renováveis.
A Unitaid ressalta ainda que os cuidados de saúde em nível global têm um grande impacto no meio ambiente.
A análise considera possível reduzir as emissões em 70% até 2030. Metade dessa diminuição aconteceria sem aumentar os custos de produção. Para abordar os demais 30% haveria custos adicionais.
O documento foi compilado na preparação da COP28, que acontece até 12 de dezembro em Dubai e terá um dia do evento dedicado ao nexo entre clima e saúde.
Para a Unitaid, as parcerias globais no setor público desempenham um papel essencial na prevenção e tratamento de doenças em países de rendimentos baixo e médio.
Todos os anos, o grupo de economias registra a morte de milhões de pessoas por doenças evitáveis e tratáveis porque elas não conseguem ter acesso aos produtos de saúde necessários.
Por outro lado, os requisitos para prestar cuidados veem aumentando com as alterações climáticas, consideradas a maior ameaça à saúde pública deste século, aliadas à degradação da natureza.
Uma das sugestões para conter os danos causados pelas cadeias de valor da saúde é adaptar o setor aos riscos climáticos e reduzir as emissões de gases de efeito estufa e as consequências sobre a natureza.
A Unitaid pede maior resiliência para as cadeias de valor da saúde, especialmente em atividades necessárias para obter matérias-primas e depois fabricar, distribuir, utilizar e descartar os produtos.
Os cuidados de saúde representam cerca de 4,6% das emissões líquidas globais, mas podem ajudar a travar de forma direta as alterações do clima e reduzir os seus impactos na saúde com medidas para reduzir as emissões envolvidas no setor.
(Com ONU News)
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