Buscando entender em quais regiões do planeta o calor e a umidade poderiam exceder os limites que o corpo humano consegue suportar antes de apresentar problemas de saúde, pesquisadores simularam aumentos da temperatura global de 1,5ºC – meta assinada no Acordo de Paris em 2015 – a 4ºC, no pior cenário.
O estudo foi realizado em uma colaboração entre a Faculdade de Saúde e Desenvolvimento Humano da Universidade da Pensilvânia (Penn State), a Universidade de Purdue e o Instituto para um Futuro Sustentável e publicado nesta terça-feira (09) no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
Os resultados da pesquisa mostram que um aumento de 2ºC nas temperaturas globais acima dos níveis pré-industriais poderá afetar anualmente os 2,2 bilhões de habitantes do Paquistão e do Vale do Rio Indo, na Índia, o bilhão de pessoas que vivem no leste da China e os 800 milhões de habitantes da África Subsaariana, ultrapassando a tolerância humana em termos de saúde.
Projetando um aumento de 3ºC, a costa leste e o centro dos Estados Unidos – da Flórida a Nova York e de Houston a Chicago – seriam afetados. Nesse cenário, o calor e a umidade a níveis que superam a tolerância humana também afetariam a América do Sul e a Austrália.
A 4°C de aumento, a cidade portuária de Al Hudaydah, no Iêmen, poderá passar por mais de 300 dias de temperaturas perigosas anualmente, por exemplo. Isso tornaria a cidade, com mais de 700 mil habitantes, quase inabitável.
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