Janeiro é sinônimo de férias escolares e calor. Por que não juntar isso num dos ambientes mais desejados pelas crianças: a praia? Além da diversão, estudo recente mostra que ambientes naturais auxiliam na regulação das emoções e no gerenciamento dos processos de estresse, além de favorecer o desenvolvimento cognitivo infantil.
Sim, aquela alegria contagiante que a gente vê nas crianças ao brincar com água em espaços naturais, como mar, lagos, rios ou cachoeiras, é cientificamente explicável: atividades com águam em espaços naturais trazem bem-estar não apenas na infância mas também garantem uma saúde mental na idade adulta.
É importante garantir um contato dos pequenos com a Natureza, como conclui um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Exeter, após analisar dados de 18 países, incluindo Europa, Estados Unidos e Canadá. (Clique aqui para ler o estudo no Journal of Environmental Psychology)
Diversos estudos já apontaram os benefícios para saúde por meio de contato com espaços verdes (como parques, bosques e jardins). Mas agora, os pesquisadores buscaram entender o impacto de ambientes com água.
Entre as hipóteses para explicar os benefícios de contato com a natureza e espaços azuis na infância, está a criação de uma experiência positiva e de uma memória afetiva, que possivelmente fará a pessoa frequentar esses lugares mais vezes ao longo da vida.
“Isso acaba reforçando o bem-estar percebido na infância e isso por si só favorece a saúde mental porque aumenta a satisfação com a vida”, explicou Eliseth Leão, líder do grupo de Pesquisa e Estudos Interdisciplinares sobre a Conexão com a Natureza, Saúde e Bem-Estar e pesquisadora do Centro de Ensino e Pesquisa do Hospital Israelita Albert Einstein.
Segundo a pesquisadora, ambientes naturais auxiliam na regulação das emoções e no gerenciamento dos processos de estresse, além de favorecer o desenvolvimento cognitivo infantil, com consequente aumento de massa cinzenta no córtex pré-frontal.
“Esse é um fator protetor de depressão, uma vez que estudos demonstram que essa área cerebral parece estar relacionada com a depressão”, explicou.
Espaços azuis têm qualidades sensoriais únicas – como o reflexo da luz na água, o movimento das ondas do mar, os sons do movimento da água – e possibilitam a realização de uma série de atividades de lazer, como pesca, natação, esportes aquáticos, entre outros, apontam os autores do estudo.
De acordo com Eliseth, cada cenário que vemos quando contemplamos a água (seja do mar, cachoeira ou de um lago calmo) tem um potencial de desencadear uma emoção positiva específica que aumenta a sensação de bem-estar.
“Tivemos oportunidade de observar isso com um estudo com banco de imagens fotográficas, que validamos para potencial uso em ambientes clínicos e pesquisas sobre o tema. Percebemos que cada elemento da natureza tem o potencial de trazer uma emoção diferente para as pessoas. Se observamos isso nas fotografias, é bem provável que isso também aconteça nos cenários naturais”, destacou.
Segundo Eliseth, os sons do oceano também ativam a região do córtex pré-frontal, que se associa com as emoções. Além disso, as ondas contribuem para a formação dos íons negativos que aceleram a capacidade de absorção do oxigênio (e isso melhora a oxigenação do sangue) e aumentam a atividade cerebral.
“Ao inalar esses íons negativos há um aumento da serotonina, que é um neurotransmissor que atua na regulação do humor e do sono. Por isso o mar ajuda a aliviar a depressão, o estresse, e também causa uma consequente melhora do sono”, explicou.
Fonte: Agência Einstein
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