Um relatório recente revelou que a França é o maior apoiador europeu de projetos de extração de "bombas de carbono", reservas de combustíveis fósseis que têm potencial para liberar mais de uma gigatonelada de CO2 cada.
Desde a assinatura do Acordo de Paris em 2015, onde líderes mundiais se comprometeram a limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, bancos franceses investiram cerca de 154 bilhões de dólares em empresas envolvidas na operação ou planejamento dessas “bombas de carbono”.
A investigação, conduzida por ONGs francesas e meios de comunicação europeus, revelou que os quatro principais bancos franceses – BNP Paribas, Grupo BPCE, Crédit Agricole e Société Générale – investiram um total de 17,8 bilhões de dólares em 2022 em empresas envolvidas nesses projetos. Isso inclui empresas de petróleo e gás nos EUA, bem como empresas estatais de energia em países como Brasil, Arábia Saudita e China.
Além disso, a TotalEnergies, uma grande empresa de energia francesa, está envolvida em mais de duas dezenas de projetos de “bombas de carbono” em todo o mundo, de acordo com a pesquisa. A empresa também adquiriu licenças para mais de 80 projetos de exploração desde 2015, incluindo onze após 2021, quando a Agência Internacional de Energia alertou que novas explorações de petróleo e gás eram incompatíveis com as metas de emissões líquidas-zero.
Os bancos e a TotalEnergies responderam às alegações, com promessas de reduzir seus investimentos em combustíveis fósseis e aumentar os investimentos em energias renováveis e de baixo carbono. Os ativistas argumentam que, devido à sua escala, os maiores bancos do mundo têm o poder de influenciar taxas de juros e que recusar o financiamento pode impor custos adicionais às empresas de extração de combustíveis fósseis. No entanto, os bancos frequentemente justificam seus investimentos argumentando que outros financiarão esses projetos se eles não o fizerem.
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