As negociações em Paris sobre um tratado global contra a poluição por plásticos finalmente começaram nesta quarta-feira (31), após dois dias de impasse por discordâncias sobre as regras de aprovação do texto.
De segunda a sexta-feira, 175 países estão reunidos na capital francesa, na segunda rodada de cinco sessões de negociações que visam elaborar um tratado vinculante até o final de 2024.
A produção anual de plástico duplicou nos últimos 20 anos, atingindo um nível de 460 milhões de toneladas. Se não houver controle, poderá triplicar até 2060.
A Arábia Saudita e vários países do Golfo, produtores de energia fóssil, assim como Brasil, Rússia, China e Índia, rejeitam a possibilidade do futuro acordo ser aprovado por uma maioria qualificada de dois terços, caso não haja consenso.
A maioria dos países defende que haja uma votação como último recurso, o que permitiria contornar uma minoria impeditiva.
Os países, por fim, concordaram na manhã desta quarta em registrar sua discordância e iniciar as discussões de base.
O presidente do Comitê de Negociações Internacionais (INC), o peruano Gustavo Meza-Cuadra Velásquez, encerrou a sessão por volta das 18h (13h no horário de Brasília) para dar início às negociações técnicas em grupos.
A Arábia Saudita tentou apresentar objeções novamente, mas a delegada mexicana, Camila Zepeda, interrompeu:
“Todos os delegados, por favor, levantem-se e vamos para os grupos de contato”, disse, de pé e pronta para sair, entre os aplausos dos outros enviados, ansiosos para iniciar as questões técnicas.
Nos próximos dois dias, os países trabalharão a portas fechadas em dois grupos: o primeiro, liderado pela República de Palau e Alemanha, sobre os objetivos e compromissos fundamentais do futuro tratado; o segundo, liderado pela Austrália e Gana, sobre seus meios (financeiros, tecnológicos) e mecanismos de implementação.
“Os grandes países produtores estão se colocando na defensiva, de forma semelhante ao que observamos nas negociações climáticas”, afirmou Li Shuo, do Greenpeace, consultado pela AFP.
Com a diferença, neste caso, de que as nações africanas estão mais próximas dos “países ambiciosos” e dos “ativistas ambientais”, já que “sofrem grande parte da poluição plástica, mas não produzem muita”.
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