Mais da metade dos rios habitados pelos Yanomami sofre impacto do garimpo ilegal

Um levantamento inédito revela a preocupante distribuição dos danos provocados pelas invasões e pelo garimpo nos rios e aldeias da Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Os resultados mostram que 59% dos rios habitados, ou seja, que abrigam comunidades próximas, apresentam fortes indícios de contaminação.

Publicado por
Danielly Oliveira

Mais da metade dos rios habitados pelos Yanomami sofre impacto do garimpo ilegal. É o que revela estudo liderado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Como os povos indígenas dependem dos rios, a atividade garimpeira impacta diretamente a vida dessas comunidades. O levantamento aponta que 62% dos Yanomami vivem sob impacto direto do garimpo. 

Além disso, 63% das aldeias estão próximas de um rio muito impactado. Como resultado, toda a organização social também é pressionada, uma vez que a base de vida dessas comunidades está centrada na floresta e nos rios.

Foram analisadas as mudanças no uso e cobertura do solo dentro dos limites do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) para estimar os rios e a população potencialmente atingidos pela atividade.

Combate ao garimpo ilegal

O governo federal publicou, nesta quinta-feira (22), um decreto que altera a atuação do Ministério da Defesa contra o garimpo ilegal e o enfrentamento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, em território yanomami. 

Foram deslocados para a operação 1,2 mil militares, 17 aeronaves, um navio-patrulha fluvial e cinco lanchas blindadas. “Nós aumentamos significativamente o efetivo, tanto da Marinha do Brasil, quanto do Exército, quanto da Força Aérea, de forma que tenhamos o poder de combate e a capacidade de nos fazermos presentes nos principais pontos da terra indígena, dentro da faixa de fronteira, garantindo e combatendo os delitos transfronteiriços e os crimes ambientais”, explicou o general.   

Antes, a atuação direta no território Yanomami estava sob a responsabilidade da Força Nacional de Segurança, Polícia Federal e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A exceção era o espaço aéreo que estava sob o comando da Aeronáutica. 

O acesso de pessoas ao território Yanomami permanece sendo controlado por medidas dos Ministérios da Saúde e dos Povos Indígenas, para o controle da transmissão de doenças.

(Com informações de Agência Brasil)

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Danielly Oliveira

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