Um levantamento inédito revela a preocupante distribuição dos danos provocados pelas invasões e pelo garimpo nos rios e aldeias da Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Os resultados mostram que 59% dos rios habitados, ou seja, que abrigam comunidades próximas, apresentam fortes indícios de contaminação.
Mais da metade dos rios habitados pelos Yanomami sofre impacto do garimpo ilegal. É o que revela estudo liderado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Como os povos indígenas dependem dos rios, a atividade garimpeira impacta diretamente a vida dessas comunidades. O levantamento aponta que 62% dos Yanomami vivem sob impacto direto do garimpo.
Além disso, 63% das aldeias estão próximas de um rio muito impactado. Como resultado, toda a organização social também é pressionada, uma vez que a base de vida dessas comunidades está centrada na floresta e nos rios.
Foram analisadas as mudanças no uso e cobertura do solo dentro dos limites do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) para estimar os rios e a população potencialmente atingidos pela atividade.
O governo federal publicou, nesta quinta-feira (22), um decreto que altera a atuação do Ministério da Defesa contra o garimpo ilegal e o enfrentamento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, em território yanomami.
Foram deslocados para a operação 1,2 mil militares, 17 aeronaves, um navio-patrulha fluvial e cinco lanchas blindadas. “Nós aumentamos significativamente o efetivo, tanto da Marinha do Brasil, quanto do Exército, quanto da Força Aérea, de forma que tenhamos o poder de combate e a capacidade de nos fazermos presentes nos principais pontos da terra indígena, dentro da faixa de fronteira, garantindo e combatendo os delitos transfronteiriços e os crimes ambientais”, explicou o general.
Antes, a atuação direta no território Yanomami estava sob a responsabilidade da Força Nacional de Segurança, Polícia Federal e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A exceção era o espaço aéreo que estava sob o comando da Aeronáutica.
O acesso de pessoas ao território Yanomami permanece sendo controlado por medidas dos Ministérios da Saúde e dos Povos Indígenas, para o controle da transmissão de doenças.
(Com informações de Agência Brasil)
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