Mar Mediterrâneo bate recorde de temperatura, diz instituto espanhol

As águas do mar Mediterrâneo bateram, na última segunda-feira (24), o recorde de temperatura, informou à AFP, nesta terça (25), o principal instituto espanhol de pesquisas marítimas. O recorde coincide com uma excepcional onda de calor que atinge a região.

Publicado por
Agence France-Presse

“Foi alcançado um novo recorde de temperatura média diária da superfície do mar no Mediterrâneo para o período 1982-2023, com 28,71ºC”, alertaram os pesquisadores do Instituto de Ciências do Mar (ICM), com sede em Barcelona.

O centro, que analisou dados de satélite do observatório europeu Copernicus, indicou que o último recorde, de 28,25ºC, remonta a 2003.

Os dados ainda precisam ser confirmados pela Copernicus, mas “estamos convencidos de que a mediana não será muito tendenciosa e que a indicação da temperatura até a primeira casa decimal é globalmente correta”, disseram à AFP os pesquisadores Justino Martinez e Emilio García.

Os cientistas preferem usar um valor mediano e não médio (28,40 ºC na segunda-feira) porque é menos “afetado por valores atípicos”, ou seja, por registos de temperaturas extremas em pontos isolados do Mediterrâneo.

Entre a ilha da Sicília e a cidade de Nápoles, na Itália, por exemplo, foram registradas áreas com mais de 30 ºC (4ºC acima do normal).

As altas temperaturas ameaçam os ecossistemas marinhos.

O Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (IPCC) classifica a região do Mediterrâneo como um “ponto quente” para as mudanças climáticas.

“Desde a década de 1980, os ecossistemas marinhos mediterrâneos sofreram alterações drásticas, com um declínio da biodiversidade e a chegada de espécies invasoras”, diz o IPCC.

No caso de as temperaturas ultrapassarem 1,5ºC em comparação com a era pré-industrial, mais de 20% de todos os peixes e invertebrados no Mediterrâneo oriental poderiam desaparecer localmente antes de 2060. A renda da pesca pode, por sua vez, diminuir em 30% até 2050, alertam especialistas da ONU.

Se a temperatura das águas mediterrâneas tende a aumentar, “não há prova clara, estatisticamente falando, de um aumento da frequência de ondas de calor marinhas na bacia mediterrânea no período” 1982-2023, esclarecem os pesquisadores do ICM.

“Acredita-se que a origem das ondas de calor marinhas seja principalmente – mas não apenas – atmosférica (…). Essa questão está em debate, mas se for esse o caso, apenas uma redução nas ondas de calor atmosféricas levará a uma redução nas ondas de calor marinhas”, acrescentam.

Leia mais:

Este post foi modificado pela última vez em %s = human-readable time difference 16:03

Agence France-Presse

Posts recentes

Google se associa à Apptronik para desenvolver robôs humanoides

O Google DeepMind acaba de anunciar uma parceria estratégica com a Apptronik, uma empresa de…

20 de dezembro de 2024

Genesis: Um novo patamar para simulações físicas em IA

Uma equipe de pesquisadores de 20 laboratórios diferentes acaba de apresentar o Genesis, um motor…

20 de dezembro de 2024

Google lança seu próprio modelo de IA de “raciocínio”

O Google acabou de lançar o que está chamando de um novo modelo de inteligência…

19 de dezembro de 2024

GitHub Copilot agora é gratuito

A GitHub, de propriedade da Microsoft, acaba de anunciar um nível gratuito de seu Copilot…

19 de dezembro de 2024

ChatGPT ganha um novo número de telefone; veja

A OpenAI acaba de lançar uma nova maneira surpreendente de acessar o ChatGPT - através…

19 de dezembro de 2024

Google lança novo benchmark para testar a factualidade de LLMs

O Google DeepMind acaba de lançar o FACTS Grounding, um novo benchmark projetado para avaliar…

18 de dezembro de 2024