O Curto News acompanha o drama de tutores que perderam seus cães depois que os animais comeram um petisco da Bassar Pet Food. O Ministério da Agricultura já identificou contaminação em uma fornecedora de matéria-prima para indústria, a Tecno Clean Industrial LTDA. Mortes e internações de pets estão sendo investigadas em 10 estados brasileiros. Tutores organizados de maneira virtual dizem que há mais de 80 mortes suspeitas.
Tutores de cães que morreram ou foram internados após comer um petisco da Bassar Pet Food continuam se mobilizando na busca por reparação e justiça. Ao que tudo indica, este pode ser o maior caso de intoxicação de animais da história do Brasil.
“Há relatos de casos de internação com as mesmas características por quase todo o país. Já são mais de 80 casos citados nosso Grupo de WhatsApp, a maior concentração em São Paulo”, conta Ana Paula Pascoaletto, coordenadora de marketing e uma das criadoras do grupo virtual de vítimas dessa tragédia.
Separamos aqui as histórias de dois cãezinhos vítimas de intoxicação. Você pode ler e ouvir os relatos das tutoras.
Imagens de arquivo pessoal
Catarina, a Chihuahua da advogada Maria Luísa Trevisan, foi uma das vítimas fatais da contaminação de petisco. Ela passou por duas paradas cardíacas, foi entubada e precisou passar por eutanásia.
A outra cachorrinha da família, Helena (a branquinha), havia ingerido o mesmo petisco, passou mal, mas conseguiu resistir. Malu conta que o animalzinho tem sentido a ausência da “pequenininha”. A filha de Malu, de 2 anos, também está sofrendo de saudades do animal que se foi.
“Tá sendo tudo muito difícil. A Catarina era jovem, saudável, companheira da minha mãe, que está sofrendo muito. Tiraram a vida da minha cachorra. É muito difícil aceitar”.
Otto, um maltês saudável de 10 anos, foi um dos três cães de Ana Paula Pascoaletto a comer o petisco da Bassar Food. O cãozinho – de porte pequeno – não resistiu aos efeitos da intoxicação e morreu após tentativas dos veterinários de superar os problemas de saúde. Os outros cães, que tinham mais de 20 quilos, não foram tão afetados e estão bem. O caso aconteceu em 31 de março.
No início dos sintomas, Ana não percebeu a relação do consumo do petisco canino com os problemas renais que apareceram em Otto. “Pensei que havia negligenciado a saúde do meu cachorro”, conta.
Após ver as notícias de cães supostamente intoxicados em Belo Horizonte, pelas redes sociais, a paulistana percebeu que o seu cãozinho também tinha sido uma das vítimas do consumo de snack canino contaminado.
“Meu cachorro partiu há 3 meses e hoje estou revivendo o luto, várias vezes por dia, porque a cada história que o pessoal compartilha é como se estivesse perdendo o Otto de novo”.
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