Veja os destaques do Curto Verde: ONGs internacionais e brasileiras, que acusam a rede francesa de supermercados Casino de participar do desmatamento na Amazônia, recusaram acordo e esperam que o caso seja decidido nos tribunais; os frigoríficos brasileiros que serão impactos pela nova lei europeia que pretende banir importações que contribuem para o desflorestamento; Tesla entrega seu primeiro caminhão elétrico; e Renault e Airbus se juntam para desenvolver baterias para carros e aviões da próxima geração.
Onze ONGs internacionais e brasileiras, que acusam a rede francesa de supermercados Casino de participar indiretamente do desmatamento na Amazônia recusaram, nesta quinta-feira (1º), uma mediação judicial e esperam que o caso seja decidido nos tribunais.
“As onze organizações que apresentaram uma ação judicial contra a Casino rejeitaram a mediação proposta” em junho por um juiz francês, informou em nota a coalizão formada por grupos ambientalistas e federações indígenas. “Este assunto deve ser imperativamente objeto de debate público e de uma sentença judicial”, acrescentou.
Entre as organizações estão Sherpa, Mighty Eearth, Envol vert, a Coordenação de Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e a Organização Nacional dos Povos Indígenas da Amazônia Colombiana (Opiac).
Todas acusam a Casino de descumprir sua missão de vigilância e respeito aos direitos humanos e do meio ambiente ao longo de sua cadeia de abastecimento. A denúncia se baseia em um relatório publicado em junho pela ONG franco-colombiana Envol vert (*).
Este documento relaciona quatro fazendas envolvidas no desmatamento ilegal na Amazônia e no Cerrado no Brasil a 52 produtos vendidos em “lojas e açougues” do grupo.
“Só estas fazendas representam 4.500 hectares de florestas desmatadas ilegalmente para abrir espaço à pecuária. O mesmo ocorreu com terras indígenas protegidas”, destaca o informe.
A Casino tem no total mais de 11.000 supermercados. No Brasil, sua filial é o grupo Pão de Açúcar (GPA).
Desde março de 2017, a legislação francesa obriga as empresas sediadas na França a adotarem medidas efetivas para evitar as violações dos direitos humanos e os danos ao meio ambiente.
Quando a denúncia foi apresentada, em junho, a multinacional francesa assegurou que suas filiais estão entre “as empresas do setor mais avançadas na luta contra o desmatamento”.
A entrada em vigor da nova lei da União Europeia – que impede a compra de commodities agrícolas associadas ao desmatamento – deixará as 3 maiores exportadoras de carne bovina do Brasil sujeitas a sanções comerciais.
Segundo um levantamento realizado pela Chain Reaction Research (🇬🇧), entidade que investiga riscos de sustentabilidade em cadeias agropecuárias, fornecedores dos frigoríficos JBS, Marfrig e Minerva Foods têm atuação em pelo menos em pelo menos 72,6 mil hectares de terras desmatadas desde 31 de dezembro de 2020. Cerca de 90% da área desmatada fica na Amazônia, e o restante, no Cerrado.
A expectativa é que a proibição das importações de produtos ligados à derrubada de vegetações nativas – legal ou não no país de origem – entre em vigor no começo de 2023. O estudo considerou a data de corte proposta pela Comissão Europeia, mas ela ainda pode ser alterada.
A montadora americana Tesla entregou seu primeiro caminhão elétrico, o Semi, construído para enfrentar longas viagens e com o objetivo de revolucionar o mercado emergente de veículos pesados movidos a bateria.
Com seu design elegante, o Semi tem sido aguardado desde que Elon Musk revelou um protótipo em 2017. De acordo com Musk, o caminhão pode percorrer 805 quilômetros sem recarregar sua bateria, enquanto a atual gama de veículos elétricos oferece uma autonomia de 400 a 480 quilômetros.
Em 2017, a Tesla havia anunciado que ofereceria duas versões do Semi – uma por US$ 150.000, e outra, por US$ 180.000 –, mas nenhuma menção sobre valores foi feita no evento desta quinta-feira (1º).
Hoje custa 70% mais caro comprar um caminhão elétrico do que comprar um caminhão a diesel. Em termos de combustível e de manutenção, porém, é mais barato.
A Renault SA e a Airbus SE se juntaram para desenvolver a tecnologia de baterias para carros e aviões da próxima geração.
As equipes de engenharia das empresas pesquisarão e desenvolverão soluções em conjunto para aprimorar o armazenamento de energia, um dos obstáculos para veículos elétricos de longo alcance. A parceria também ajudará a Airbus a desenvolver tecnologia para as aeronaves híbridas-elétricas.
As empresas se comprometeram a analisar todo o ciclo de vida do futuro baterias, incluindo a reciclagem para reduzir a pegada de carbono.
(com AFP)
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