O valor da água: 6,2 litros gastos para cada R$ 1,00 gerado no Brasil, mostra relatório

Você já parou pra pensar o papel da água na produção de riquezas - estamos falando de produção econômica mesmo - para o Brasil? Um estudo realizado pelo IBGE em parceria com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), mostrou que em 2020, foram consumidos 6,2 litros de água para cada R$1 no valor adicionado bruto da economia do país. Isso mostra a importância desse recurso para impulsionar a produção e o crescimento econômico e mais ainda: como é importante preservar a água e usá-la de forma sustentável.

Publicado por
Marcela Guimarães

Os dados foram divulgados no começo de junho (nas Contas Econômicas Ambientais da Água (2018-2020) e mostram o tamanho da responsabilidade que os órgãos públicos, empresas e sociedade civil têm em preservar esse recurso, não só do ponto de vista ambiental mas também de geração de riqueza e renda para o país.

O que revela o levantamento?

No setor de água e esgoto, o valor adicionado bruto corrente – que é o valor que cada setor da economia (agropecuária, indústria e serviços) acrescenta ao valor final de tudo que foi produzido em uma região – alcançou R$ 48,2 bilhões, enquanto a produção de água de distribuição e serviços de esgoto foi de R$ 74,5 bilhões. É interessante notar que a água de distribuição representa 65,7% desse total, demonstrando a relevância desse setor para a economia.

O que isso significa? Ter acesso à água é extremamente relevante para a eficiência na produção de alimentos.

Dependemos de chuvas, sempre!

Em relação ao estoque total de água do país, as chuvas (precipitações) foram as principais responsáveis pelo acréscimo de 24,9 milhões de hectômetros cúbicos de água nos nossos sistemas, em 2020, (56,2%) desse total. O que também revela que secas provocadas pelas mudanças climáticas, afetam diretamente a quantidade de água que vem das chuvas extremamente necessárias para manter reservatórios cheios e produzir riqueza.

E qual setor produtivo consome mais água?

No que diz respeito às atividades econômicas, a Agricultura é responsável por mais da metade das retiradas de água para uso consuntivo. Dos 71,2 mil hectômetros cúbicos de águas superficiais e subterrâneas retiradas para produção, 58,2% foi destinada à produção dos alimentos. Na sequência, vem a captação, tratamento e distribuição de água (27,9%) e depois as indústrias de transformação e construção (8,4%).

Além disso, a pesquisa revelou que a origem da água utilizada pelas atividades econômicas e pelas famílias varia bastante. A água pode ser vir de retiradas próprias ou de serviços de captação, tratamento e distribuição, como empresas de abastecimento ou aquelas que fornecem água para os perímetros públicos de irrigação. Os perímetros públicos de irrigação tiveram uma participação de 41,7% no volume de água distribuído para as atividades econômicas.

Em relação ao consumo total de água – excluindo o volume que retorna ao meio ambiente – foi de 306,1 mil hectômetros cúbicos em 2020. E, de novo, a agricultura foi responsável por 97,1% desse consumo. A Indústria de transformação e construção e o setor de Água e esgoto também tiveram uma participação significativa no consumo total.

Os números relatados evidenciam a relevância da água para a atividade econômica no Brasil e a necessidade de sua gestão sustentável, para garantir a disponibilidade desse recurso vital às gerações futuras que habitarão o Planeta.

O vai e vem da água

A Região Norte se destacou tanto na entrada quanto na saída de água no estoque do país. Com 87,1% de participação na entrada de água, principalmente devido à contribuição de países vizinhos na Bacia Amazônica, e 80,0% de participação na saída de água, essa região exerce um papel fundamental na gestão dos recursos hídricos.

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Marcela Guimarães

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