As secas estão entre as maiores ameaças ao desenvolvimento sustentável e podem afetar mais de três quartos da população mundial até 2050. Este 17 de junho marca o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, com destaque para o papel das mulheres em adaptação e resiliência.
De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM) o número e a duração das secas aumentaram 29% desde 2000, em comparação com as duas décadas anteriores.
Em mensagem para marcar a data, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que práticas insustentáveis de cultivo estão erodindo o solo cem vezes mais rápido do que os processos naturais são capazes de restaurá-lo.
Ele alertou que 40% das terras do planeta se encontram degradadas e disse que mulheres e meninas precisam ser apoiadas para “cumprir seu papel em proteger nosso recurso mais precioso.”
Segundo Guterres, as mulheres “sofrem desproporcionalmente” da falta de comida, escassez de água e migração forçada que resultam do mal-uso da terra.
A campanha deste ano ressalta que as mulheres têm uma participação vital na saúde da terra, mas muitas vezes não têm propriedade sobre ela.
Em todas as partes do mundo, elas enfrentam barreiras significativas para garantir seus direitos à terra. Isso limita o potencial que a população feminina tem de prosperar com atividades de cultivo.
Em muitas regiões, as mulheres continuam sujeitas a leis e práticas discriminatórias que impedem seu direito de herança sobre a terra, bem como acesso a serviços e recursos.
E quando a terra se degrada e a água se torna escassa, as mulheres são muitas vezes as mais afetadas.
Este ano, o tema do Dia Internacional Contra a Desertificação e a Seca é “Terra dela. Direitos dela“. O objetivo é enfatizar que investir na igualdade de acesso das mulheres à terra contribui para o futuro da humanidade.
De acordo com as Nações Unidas, é hora de mulheres e meninas estarem na vanguarda dos esforços globais de restauração da terra e resiliência à seca.
A Convenção da ONU de Combate à Desertificação, Unccd, está liderando a campanha “Terra Dela”, ou #HerLand, em inglês. A iniciativa promove exemplos bem-sucedidos das contribuições para a gestão sustentável da terra.
Por meio deste esforço a Unccd pretende mobilizar apoio para promover os direitos à terra para mulheres e meninas em todo o mundo.
Em 2022, o órgão lançou o estudo “Impactos diferenciados da desertificação, degradação dos solos e seca sobre mulheres e homens”.
O levantamento revelou desigualdades de gênero em relação à posse da terra, ao acesso a tecnologias e recursos para a gestão do solo.
O documento ressalta ainda que as mulheres fazem contribuições valiosas para os esforços de restauração da terra por meio da recuperação de práticas tradicionais de adaptação.
A população feminina também tem papel pioneiro na concepção e implementação de métodos novos e sustentáveis, como vasos de água da chuva, sistemas de irrigação e viveiros de mudas, que produzem plantas resistentes à seca.
Com acesso a tecnologias agrícolas, formação técnica e informação sobre ciências climáticas, as contribuições das mulheres tornam-se ainda mais amplas e eficazes.
(Com ONU News)
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