“Para sempre tóxico”: Greenpeace alerta que reciclagem aumenta toxicidade dos plásticos

A reciclagem aumenta a toxicidade dos plásticos, afirma a organização ambientalista Greenpeace, em um relatório publicado nesta quarta-feira (24). Às vésperas de negociações globais sobre o Tratado de Plásticos, na próxima semana em Paris, o documento reúne dados científicos que apontam para a urgência de reduzir a produção e o uso de plástico - incompatíveis com uma economia circular.

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Isabella Caminoto

De acordo com o relatório ‘Para sempre tóxico: a ciência das ameaças à saúde causadas pela reciclagem de plástico‘ (🇬🇧) – feito através de investigações em todo o planeta -, os plásticos resgatados contêm, geralmente, níveis mais altos de produtos químicos que podem envenenar e contaminar as comunidades.

Para a organização ambientalista, além de a reciclagem tornar o plástico mais tóxico, este processo não deve ser visto como uma solução para a crise da poluição. Estima-se que a produção mundial de plástico triplique até 2060.

No documento, Greenpeace informou que há três caminhos para plásticos reciclados que causam o acúmulo de produtos químicos tóxicos.

O primeiro deles é a contaminação direta por produtos químicos venenosos em ‘plástico virgem’. A segunda possibilidade é a incorporação de substâncias tóxicas, como pesticidas, em resíduos plásticos.

Por último, há o prejuízo à saúde da equipe que trabalha em usinas de reciclagem, que pode inalar gás tóxico com o aquecimento do plástico. “Os plásticos são aquecidos no processo de reciclagem. Isso pode criar novos produtos químicos tóxicos, que são como dioxinas bromadas”, disse Kate Melges, lider do projeto de plástico do Greenpeace, ao DailyMail (*).

Segundo Melges, a melhor alternativa para amenizar o problema é “se afastar dos plásticos de uso único” e utilizar outros materiais feitos de papel, cera de abelha ou bambu. “Nosso ciclo de plástico não é a solução para a crise da poluição plástica e é prejudicial à saúde humana”, completou.

Cobrança à ONU

O Greenpeace vai encaminhar o relatório sobre plásticos reciclados à ONU, na tentativa de pressionar a organização para implementar o tratado global de plásticos obrigatório, para limitar e reduzir gradualmente a produção do material.

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Isabella Caminoto

Advogada e mestranda em Direito Internacional, tenho a democracia e a liberdade como bandeiras irrenunciáveis. Sou apaixonada pelos animais e acredito que o bem-estar do nosso planeta deveria ser o destaque diário da pauta da nossa sociedade.

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