Sustentabilidade

Principais projetos de compensação de carbono podem não reduzir as emissões que provocam o aquecimento do planeta, revela análise

A grande maioria dos projetos ambientais utilizados para compensar as emissões de gases de efeito de estufa parecem ter falhas fundamentais e não podem ser utilizados para reduzir as emissões que provocam o aquecimento do planeta, de acordo com uma nova análise da Corporate Accountability e do The Guardian.

Publicado por
Isabella Caminoto

A indústria global e multibilionária do comércio voluntário de carbono tem sido abraçada por governos, organizações e corporações, incluindo empresas de petróleo e gás, companhias aéreas, marcas de fast-food, empresas de tecnologia, galerias de arte e universidades, como forma de tentar reduzir a sua pegada de carbono.

Os créditos são “licenças” ou certificados negociáveis ​​que permitem ao comprador compensar 1 tonelada de dióxido de carbono (CO2) ou o equivalente em gases com efeito de estufa, investindo em projetos ambientais que afirmam reduzir as emissões de carbono.

Mas há cada vez mais provas que sugerem que muitos destes esquemas de compensação exageram nos benefícios climáticos e subestimam os potenciais danos.

Conclusões da investigação

A nova análise estudou os 50 principais projetos de compensação, aqueles que venderam mais créditos de carbono no mercado global, e concluiu que:

  • Um total de 39 dos 50 principais projetos de compensação de emissões, ou 78% deles, foram classificados como provavelmente lixo ou sem valor devido a uma ou mais falhas fundamentais que prejudicam os cortes de emissões prometidos.
  • Outros oito (16%) parecem problemáticos, com evidências sugerindo que podem ter pelo menos uma falha fundamental e são potencialmente lixo, de acordo com o sistema de classificação aplicado.
  • A eficácia dos restantes três projetos (6%) não pôde ser determinada definitivamente porque não havia informação pública e independente suficiente para avaliar adequadamente a qualidade dos créditos e/ou a exatidão dos seus alegados benefícios climáticos.
  • No geral, foram negociados até agora 1,16 mil milhões de dólares (937 milhões de libras) em créditos de carbono provenientes dos projetos classificados pela investigação como provavelmente lixo ou sem valor; outros US$ 400 milhões em créditos comprados e vendidos eram potencialmente lixo.

Na investigação, um projeto foi classificado como provável lixo se houvesse provas convincentes, alegações ou alto risco de que não pudesse garantir cortes adicionais e permanentes de gases com efeito de estufa, entre outros critérios. 

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Isabella Caminoto

Advogada e mestranda em Direito Internacional, tenho a democracia e a liberdade como bandeiras irrenunciáveis. Sou apaixonada pelos animais e acredito que o bem-estar do nosso planeta deveria ser o destaque diário da pauta da nossa sociedade.

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