Brasil registra pior outubro em desmatamento desde 2015 - foram 904 km² de Amazônia brasileira perdidos; estudo aponta que se a destruição do Cerrado continuar no ritmo atual, 1/3 do volume de águas do bioma pode ser perdido até 2050; emissões de carbono na área de construção civil atingem novo recorde; e o programa de microbolsas para reportagens sobre exploração de petróleo e mudanças climáticas.
Quase 1.000 quilômetros quadrados da Amazônia brasileira foram perdidos em outubro, o pior dado para este mês desde que há registros disponíveis, em 2015, segundo dados oficiais divulgados nesta sexta-feira (11).
A área desmatada no mês passado na maior floresta tropical do planeta é de 904 km², 3% maior do que a de outubro de 2021 – antigo recorde para o mês -, segundo dados do sistema de vigilância por satélite DETER, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
A destruição se concentrou no estado do Pará (48,12%), seguido de Mato Grosso (16,61%), Amazonas (15,76%) e Rondônia (7,59%). No acumulado entre janeiro e outubro de 2022, houve recorde da série histórica: uma área total destruída de 9.494 km², superando o registrado nos outros anos inteiros da série.
Se a destruição do Cerrado continuar no ritmo atual, um terço do volume de águas do bioma pode ser perdido até 2050. É o que concluiu um estudo do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), divulgado nesta quinta-feira (10), no Brazil Climate Hub, na COP27.
A situação é motivo de preocupação local, nacional e global. Ainda assim, a água segue sendo exportada para China, União Europeia e Estados Unidos em forma de “água virtual”, ou seja, a água consumida na produção dos grãos e carne (commodities).
93% das bacias do Cerrado devem ter redução na disponibilidade de água até 2050. Devem ser perdidos 23.653 m³/s nos rios analisados no estudo, o que é equivalente à vazão de 8 rios Nilo.
O aumento global da construção civil elevou as emissões de dióxido de carbono (CO2) para uma alta histórica de 10 gigatoneladas. Assim, o setor está fora do caminho para cumprir as promessas de descarbonização até 2050, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Lançado na última rodada de negociações climáticas no Egito, na COP27, o Relatório de Status Global de Edificação e Construção de 2022 (🇬🇧) conclui que o setor foi responsável por mais de 34% da demanda de energia e cerca de 37% das emissões de CO2 relacionadas a energia e processos em 2021.
Para investigar as novas fronteiras de exploração de petróleo, a Agência Pública se junta ao WWF-Brasil e lança a 16ª edição de seu tradicional programa de Microbolsas.
Repórteres de todo o país são convidados a investigar a relação entre a exploração de petróleo e as mudanças climáticas. As pautas devem levar em conta principalmente os novos blocos de exploração na região amazônica e seus impactos socioambientais.
A direção da Agência Pública vai escolher, em parceria com o WWF-Brasil, quatro pautas, considerando originalidade, viabilidade, segurança e a diversidade das propostas. As equipes selecionadas serão contempladas com bolsas de R$ 8 mil para produzir as reportagens e também com a mentoria e publicação das reportagens no site da Agência Pública.
As inscrições devem ser feitas até o dia 10 de dezembro através deste formulário.
Para se inscrever nas Microbolsas, é necessário que repórteres interessados enviem uma apresentação profissional, com exemplos de trabalhos realizados e a pauta que pretendem investigar, com pré-apuração, plano de trabalho – métodos jornalísticos que serão utilizados, possíveis fontes, cronograma – e plano de orçamento. As reportagens devem ser publicadas em até três meses após o anúncio do resultado. Leia aqui o regulamento completo.
O resultado das Microbolsas Petróleo e Mudanças Climáticas será divulgado na segunda quinzena de janeiro de 2023.
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