Em uma consulta popular histórica, 59% dos eleitores equatorianos aprovaram a suspensão da exploração de petróleo em um setor do parque amazônico do Yasuní, de acordo com o resultado oficial de 98% das urnas eleitorais divulgado nesta segunda-feira (21).
O “Sim” para deixar o petróleo no subsolo por tempo indeterminado no bloco 43 dentro da reserva Yasuní, de um milhão de hectares, teve uma vantagem de 18 pontos sobre o “Não”, revela a apuração do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
O parque Yasuní (leste) é a joia da coroa da estatal Petroecuador e tem uma extensão de um milhão de hectares. O bloco 43 representa apenas 0,08% de sua extensão e é o quarto em produção de petróleo do país, com 57 mil barris por dia (bd).
O rendimento atual do bloco 43 fica atrás dos velhos campos amazônicos Sacha (72.000 bd), Auca (71.000 bd) e Shushufindi (62.000 bd), cujas produções estão em declínio. Outros campos de petróleo ainda estão ativos no parque Yasuní.
Nesse local, onde vivem as comunidades indígenas waoranis, kichwas, e também as comunidades indígenas em isolamento voluntário tagaeri, taromenane e dugakaeri, o bloco 43 extrai 12% dos 466.000 bd produzidos pelo país, todos na Amazônia.
Com a vitória do “Sim” no referendo de domingo (20), o governo estima perdas de 16,47 bilhões de dólares (81,8 bilhões de reais na cotação atual) em 20 anos.
Localizada entre as províncias de Pastaza e Orellana, esta reserva da biosfera de 2,7 milhões de hectares, que inclui o parque de mesmo nome, captura carbono e depois bombeia oxigênio e vapor d’água que recarrega as fontes hídricas.
Promovido por ambientalistas, o referendo sobre o Yasuní chamou a atenção internacional, enquanto o mundo busca reduzir os combustíveis fósseis e mitigar o aquecimento global.
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