Imagens de um requeijão feito com soro de leite e vendido com valor bem abaixo dos originais - feitos com leite - chamaram a atenção dos consumidores após posts sobre o "fake" na internet. Nesta quarta-feira (21) o Procon-SP notificou a Nestlé por produtos similares a outros já consolidados no mercado - como o leite condensado - que usam soro de leite em sua composição.
Tem gente comprando gato por lebre. É o que a internet tem viralizado nos últimos dias com o assunto “requeijão fake”. O assunto veio à público após consumidores postarem produtos similares ao famoso requeijão, mas com uma série de ingredientes de baixa qualidade, como amido de milho e soro de leite na composição.
O consumidor pode encontrar esses itens vendidos pelos nomes de “produto cremoso sabor requeijão” ou ainda de “mistura de requeijão, queijos, gordura vegetal e amido”, revela reportagem do jornal Diário do Nordeste. Nos supermercados de Fortaleza, por exemplo, o requeijão fake pode ser encontrado por um valor aproximado de R$ 4,50, enquanto o produto original custa pelo menos R$ 6,00, segundo o jornal .
O Procon-SP (Programa de Proteção de Defesa do Consumidor) notificou, nesta quarta-feira (21) a Nestlé Brasil para explicar sobre produtos parecidos com famosos da marca no mercado, mas que não são feitos de leite integral.
A Nestlé, que tem até o dia 26/9 para responder ao Procon, deve demonstrar as características de cada produto, apontando quais as diferenças nutricionais e indicações individualizadas de consumo de cada um; além de apresentar documentos como informes, materiais publicitários e mídias de divulgação dos produtos.
Segundo o Procon-SP, “a empresa deverá apresentar as tabelas nutricionais de cada item, com os percentuais de cada um dos ingredientes e uma embalagem vazia (gabarito) de cada forma de apresentação (caixas e rótulos) tal como são disponibilizadas ao consumidor.
“O Procon-SP está atento ao aumento da oferta de produtos similares aos tradicionais e apresentados ao público em embalagens muito parecidas, que podem induzir o consumidor ao erro, levando-o a achar que está comprando e consumindo outro produto, como o caso da bebida láctea à base de soro de leite, por exemplo. A informação clara, correta e verdadeira é um dos direitos básicos previstos pelo Código de Defesa do Consumidor”, informa o Procon-SP.
Ao site Infomoney, a Nestlé Brasil afirmou que recebeu a notificação do Procon-SP e que prestará os devidos esclarecimentos solicitados pelo órgão.
“A Nestlé reforça ser uma empresa ética, que cumpre todos os requisitos das legislações em vigor, incluindo aquelas que se referem à composição e rotulagem de alimentos, bem como sua respectiva publicidade”, disse a empresa.
Mais dez empresas do setor alimentício foram questionadas sobre as características dos produtos que colocam no mercado e suas respectivas apresentações ao público consumidor, segundo o Procon.
Os notificados foram: Companhia de Alimentos Ibituruna (fabricante da bebida láctea UHT Olá), Laticínios Trevo de Casa Branca (fabricante da bebida láctea UHT Aquila), Laticínios Bela Vista (fabricante da bebida láctea UHT MeuBom), Cooperativa Central Mineira de Laticínios – Cemil (bebida láctea UHT Performance), Doce Mineiro (bebida láctea UHT Triângulo Mineiro), Vigor Alimentos Leco (Alimento à Base de Manteiga e Margarina Leco Extra Cremosa), Tella Barros Comércio e Importação de Frios e Laticínios (Supremo Cremoso Sabor Requeijão), Oceânica Comércio de Gêneros Alimentícios (que produz o Crioulo Queijos Ralados Latco), Itambé Alimentos (que produz o Queijo Parmesão Ralado Itambé), Gran Foods Indústria e Comércio Eireli, que fabrica o Do Chefe Premiun Blend Azeite de Oliva, e Nestlé Brasil.
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