Saúde da Terra está falhando e tempo para remédio se esgota, dizem cientistas

A atividade humana empurrou o mundo para a zona de perigo em sete dos oito indicadores recém demarcados de segurança e justiça planetária, de acordo com uma análise inovadora do bem-estar da Terra. 🌎

Publicado por
Isabella Caminoto

Indo além da perturbação climática, o relatório do grupo de cientistas da Comissão da Terra (🇬🇧) apresenta evidências perturbadoras de que nosso planeta enfrenta crises crescentes de disponibilidade de água, carregamento de nutrientes, manutenção do ecossistema e poluição por aerossóis. Estes representam ameaças à estabilidade dos sistemas de suporte à vida e pioram a igualdade social.

O estudo, publicado na Nature nesta quarta-feira (31), é a tentativa mais ambiciosa de combinar sinais vitais de saúde planetária com indicadores de bem-estar humano.

O professor Johan Rockström, um dos principais autores do estudo, disse ao The Guardian (*): “É uma tentativa de fazer uma avaliação científica interdisciplinar de todo o sistema planeta-pessoas, algo que devemos fazer devido aos riscos que enfrentamos. Chegamos ao que chamo de ‘ponto de saturação’, onde atingimos o teto da capacidade biofísica do sistema terrestre de permanecer em seu estado estável. Estamos nos aproximando de pontos críticos, estamos vendo cada vez mais danos permanentes aos sistemas de suporte à vida em escala global”.

A Comissão da Terra – estabelecida por dezenas das principais instituições de pesquisa do mundo -deseja que a análise forme a espinha dorsal científica da próxima geração de metas e práticas de sustentabilidade, que vão além do foco atual no clima para incluir outros índices e justiça ambiental. Espera que cidades e empresas adotem as metas como forma de medir o impacto de suas atividades.

O estudo estabelece uma série de referências “seguras e justas” para o planeta que podem ser comparadas aos sinais vitais do corpo humano. Em vez de pulso, temperatura e pressão sanguínea, ele analisa indicadores como fluxo de água, uso de fósforo e conversão de terras.

Os limites são baseados em uma síntese de estudos anteriores de universidades e grupos científicos da ONU, como o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas e a Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos.

Os autores dizem que o diagnóstico planetário é sombrio, mas ainda não além da esperança, embora o tempo para um remédio esteja se esgotando. ⏳

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Isabella Caminoto

Advogada e mestranda em Direito Internacional, tenho a democracia e a liberdade como bandeiras irrenunciáveis. Sou apaixonada pelos animais e acredito que o bem-estar do nosso planeta deveria ser o destaque diário da pauta da nossa sociedade.

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