Enquanto cientistas e especialistas em tecnologia discutem os temores e os benefícios do avanço da Inteligência Artificial, os ataques cibernéticos a empresas e corporações seguem crescendo no mundo. Uma pesquisa realizada pela empresa Fortinet, em 2022, mostrou que o Brasil foi alvo de 103,16 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, um aumento de 16% com relação a 2021. Segundo um especialista em cibersegurança ouvido pelo Curto News, as IAs podem ser aliadas poderosas, juntamente com profissionais bem treinados, no combate à essas ameaças.
O relatório anual The State of Ransomware da Sophos – empresa global de cibersegurança – divulgado em maio deste ano, mostrou que 70% das empresas brasileiras já sofreram sequestro de dados por hackers.
De acordo com a Cybersecurity Ventures, os crimes cibernéticos devem causar um prejuízo de US$ 8 trilhões em 2023, tornando o cibercrime a terceira maior economia do mundo, com previsão de crescimento de cerca de 15% até 2025.
A boa notícia é que a Inteligência Artificial está sendo cada vez mais utilizada para ajudar a detectar ameaças nas corporações:
“A Inteligência Artificial pode detectar ameaças usando técnicas de análise de dados e aprendizado de máquina para identificar padrões de comportamento malicioso, como o malware, software malicioso que pode se infiltrar em sistemas de computador e redes para danificar, roubar informações ou obter acesso não autorizado, e o phishing, um tipo de ataque em que um invasor envia um e-mail falso, mensagem de texto ou link para uma página falsa para obter informações confidenciais, como senhas ou informações de cartão de crédito”, explica Josué Luz, fundador e CEO da Acadi-TI, academia brasileira de educação especializada em cibersegurança.
“A IA desempenha um papel crucial na prevenção de fraudes financeiras, identificando transações suspeitas e comportamentos fraudulentos em tempo real. Além disso, auxilia no monitoramento de sistemas em busca de atividades suspeitas, identificando possíveis pontos de vulnerabilidade e fortalecendo a segurança da rede”, complementa.
De acordo com o especialista, no Brasil, apesar de existirem avanços tecnológicos, ainda há muito a ser feito. “O futuro da cibersegurança dependerá da capacidade de governos, empresas e organizações de se adaptarem e investirem em soluções mais avançadas”, diz Josué Luz. Ele explica que, mesmo com a Lei Geral de Proteção de Dados – vigente desde setembro de 2020 no Brasil – , sem profissionais experientes capazes de , a luta pode ser combater os ataques, “a luta estará perdida”.
Além de investimentos em tecnologia, o Brasil precisa mobilizar campanhas para criação de novos talentos na área da cibersegurança, porque sobram vagas e faltam profissionais treinados e especializados.
“Levantamentos estimam a abertura de mais de 3,5 milhões de vagas de trabalho na área de segurança cibernética até o final deste ano, mas existe um gap de profissionais capacitados e preparados para atuar nesse campo”, lamenta Josué Luz.
Segundo o International Information System Security Certification Consortium (ISC)², faltam no mercado global aproximadamente 4 milhões de profissionais especializados em combater os crimes cibernéticos.
De acordo com o especialista, em algumas empresas, principalmente no exterior, existe a área de “Blue Team”, uma equipe de segurança cibernética focada em defender sistemas e redes contra ataques maliciosos. “A demanda por profissionais desse perfil tem aumentado nos últimos anos”, argumenta, destacando a importância, também, de investimentos na formação de jovens para atuar na cibersegurança.
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