Pesquisadores da organização ambiental sem fins lucrativos Imazon desejavam, ao invés de tentar reparar os danos causados pelo desmatamento, encontrar uma maneira de impedir que ele acontecesse. Assim nasceu a plataforma de inteligência artificial PrevisIA, que tem o objetivo de prever onde o desmatamento acontecerá a seguir, conta reportagem do jornal britânico The Guardian.
A PrevisIA apontou Triunfo do Xingu, no Pará, como a Área de Proteção Ambiental (APA) com maior risco de desmatamento em 2023, com 271 km² de floresta na área de conservação a serem perdidos até o final do ano. Agora o Imazon está agora estabelecendo parcerias com autoridades de toda a região, com o objetivo de interromper o desmatamento antes que ele comece.
A ideia da PrevisIA surgiu em 2016. Cansada de receber notificações depois que grandes áreas de floresta já foram desmatadas, a equipe do Imazon se perguntou: é possível gerar modelos de previsão de desmatamento em curto prazo?
“Os modelos de previsão de desmatamento existentes eram de longo prazo, olhando para o que aconteceria em décadas”, diz Carlos Souza Jr, pesquisador sênior do Imazon e coordenador do projeto PrevisIA e SAD, ao Guardian (*). “Precisávamos de uma nova ferramenta que pudesse antecipar a devastação.” Souza e sua equipe – um engenheiro de computação, um consultor em geoestatística e dois pesquisadores – começaram a desenvolver um novo modelo capaz de gerar previsões anuais. Eles publicaram suas descobertas na revista Spatial Statistics (🇬🇧) em agosto de 2017.
O modelo adota uma abordagem em duas frentes. Primeiro, enfoca as tendências presentes na região, analisando geoestatísticas e dados históricos do Prodes, o sistema governamental anual de monitoramento do desmatamento na Amazônia. Compreender o que aconteceu pode ajudar a fazer previsões mais precisas. Quando as áreas já desmatadas são recentes, isso indica que as gangues estão operando na área, então há um risco maior de que a floresta próxima seja exterminada em breve.
Em segundo lugar, analisa as variáveis que freiam o desmatamento – como terras protegidas por comunidades indígenas e quilombolas e áreas com corpos d’água que não se prestam à expansão agrícola – e também variáveis que tornam o desmatamento mais provável, incluindo maior densidade populacional, presença de assentamentos e propriedades rurais e maior densidade de infraestrutura rodoviária, tanto legal quanto ilegal.
Até agora, o Imazon tem parcerias oficiais com algumas promotorias estaduais, que esperam que o uso da PrevisIA leve a menos punições e mais prevenção. A ferramenta deve funcionar a partir do segundo semestre de 2023.
@curtonews A inteligência artificial pode ajudar a salvar a Amazônia? Conheça a ferramenta do Imazon que prevê o desmatamento. 🌳
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