Uma despedida mais sustentável? Saiba mais sobre a compostagem humana

Em algum momento da vida todos nós nos perguntamos o que deve ser feito com o nosso corpo após a morte. A escolha pode vir de uma crença ou de uma tradição familiar, mas nunca ninguém levou em consideração o impacto ambiental do método como fator decisivo, não é mesmo? Pois é. Desde 2019, nos Estados Unidos, a chamada 'compostagem humana' tem sido adotada como uma forma de tornar o funeral mais sustentável. Quer saber mais? Vem que o Curto te conta!

Publicado por
Isabella Caminoto
@curtonews Como funciona a compostagem humana? Isso pode parecer meio mórbido, mas tem um embasamento sustentável! O #CurtoNews ♬ som original – Curto News

Como funciona?

Também conhecida como ‘redução orgânica natural’, a prática consiste na transformação dos restos humanos em solo rico em nutrientes, por meio de uma aceleração natural.

O método é bem simples.

Primeiro, o corpo é colocado dentro de um compartimento fechado com materiais biodegradáveis dentro, tais como folhas, pedaços de madeira, palha e alfafa. Ele fica neste local, com entrada de ar, e é submetido a altas temperaturas – acima de 50º C – permitindo que os micróbios e bactérias façam mais rapidamente o trabalho de decomposição. Esse processo, que dura cerca de um mês, resulta na formação de matéria orgânica rica em nutrientes.

Depois, o material fica secando por algumas semanas, antes de ser entregue à família. Assim, pode ser usado para o plantio de árvores e adubo de jardins e parques, por exemplo.

Nada de objetos

Para que a redução orgânica natural seja feita, não pode haver nenhum elemento potencialmente prejudicial à natureza: o corpo precisa estar sem roupa ou acessório, e devem ser removidos objetos como implantes, marca-passo e próteses. Então nada de pertences com valor sentimental.

Alternativa mais sustentável

A compostagem promete ser um método mais sustentável, em relação às outras formas de destinação do corpo.

A cremação, por exemplo, contribui para a emissão de gases de efeito estufa, pois requer muito combustível e resulta na emissão de milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano.

Já os cemitérios e enterros tradicionais, também constituem uma ameaça à natureza e à saúde, pois podem contaminar águas subterrâneas e, assim, transmitir doenças.

A Recompose, empresa norte-americana que oferece o serviço, afirma que a compostagem pode economizar uma tonelada de carbono em comparação com uma cremação ou um enterro tradicional.

Legalização

O Estado de Washington foi o primeiro dos Estados Unidos a legalizar a prática, em 2019, seguido por Colorado e Oregon, em 2021, e Vermont e Califórnia, no ano passado. Mais recentemente, o Estado de Nova York entrou nesta lista, após sua governadora, a democrata Kathy Hochul, sancionar a legislação.

No Brasil, foi proposto um projeto de lei em 2019 que autorizava a adoção da prática. No entanto, foi retirado pela autora, a deputada federal Renata Abreu (Pode-SP), quando ainda estava em tramitação na Câmara dos Deputados.

Razões socioculturais – principalmente religiosas – e econômicas podem dificultar a adoção do processo de compostagem no Brasil. Nos EUA, o serviço custa cerca de US$ 7 mil. 😯

Há também quem questione acerca da possibilidade de transmissão de doenças por meio do material gerado redução orgânica natural.

E você? Consideraria esta opção? 🤔

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Isabella Caminoto

Advogada e mestranda em Direito Internacional, tenho a democracia e a liberdade como bandeiras irrenunciáveis. Sou apaixonada pelos animais e acredito que o bem-estar do nosso planeta deveria ser o destaque diário da pauta da nossa sociedade.

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