Aproximadamente duas horas depois do fim do evento em São Paulo – marcado para leitura da carta em defesa da democracia e defesa das urnas eletrônicas, Bolsonaro utilizou a rede social para fazer pouco caso da manifestação. “Hoje, aconteceu um ato muito importante em prol do Brasil e de grande relevância para o povo brasileiro: a Petrobras reduziu mais uma vez, o preço do diesel”, escreveu.
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Carta aos Brasileiros
O texto lido, que foi assinado por mais de 960 mil pessoas, não cita em nenhum momento o nome de Bolsonaro. Segundo os idealizadores do manifesto, isso ocorreu para dar um tom apartidário no movimento. Porém, os oradores e o público presente fizeram, em diversas ocasiões, manifestações explícitas ao presidente. Pouco antes do fim da cerimônia, gritos de “Fora, Bolsonaro” foram entoados pelas pessoas.
A carta pela democracia foi lida em conjunto por três professoras da USP e um advogado, na sede da tradicional faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo. Entre as mulheres estava Eunice Aparecida de Jesus Prudente, autora da primeira teste que propõe a criminalização da discriminação racial, na década de 1980.
“Uso símbolos importantíssimos das comunidades, das religiões de matriz africana. Estou vestida de amarelo, uma das cores do santo Oxum”, comentou Eunice.
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No ato, além da carta da Faculdade de Direito da USP, também foi realizada a leitura do manifesto pró-democracia elaborado pela Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp). A BBC News Brasil explica a diferença entre elas.
Repercussão pós-evento
Durante conversa com jornalistas para comentar os resultados do alcançados no segundo trimestre de 2022, o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, criticou a adesão da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) ao manifesto em defesa da democracia.
Vale lembrar que nomes como Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles, co-presidentes do Conselho de administração do Itaú Unibanco, estão entre os nomes que assinaram a carta.
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O deputado bolsonarista, Coronel Tadeu, compareceu ao ato vestindo uma camisa branca com o nome de Bolsonaro. À imprensa, ele disse que não foi hostilizado em nenhum momento pelas pessoas participantes do evento.
De acordo com monitoramento feito pelo Estadão, a hashtag “Bolsonaro Sai, Democracia Fica” estava no primeiro lugar no Twitter pouco antes da leitura da carta.
Como resposta, os apoiadores do presidente subiram a hashtag “É Jair ou Já Era” nesta tarde. Até a publicação dessa reportagem, ela ocupava o primeiro lugar do assuntos mais comentados do país.
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Curto curadoria
- Entenda o motivo do 11 de agosto ser uma data simbólica para a leitura de carta e atos pela democracia (G1).
- Dez falas que resumem ato na USP (UOL).
- Apoiador de Bolsonaro interrompe leitura da carta na USP em Ribeirão Preto (Rádio CBN).
Foto de destaque: Rovena Rosa/Agência Brasil