Eleições: o que a juventude espera dos próximos governantes?

O Brasil vive hoje um momento histórico, com a maior geração de jovens já registrada no país, cerca de 50 milhões. Neste ano de eleições, os jovens protagonizaram um movimento inédito de incentivo ao primeiro voto. O resultado? Recorde de novos títulos emitidos por eleitores entre 15 a 18 anos! O Atlas das Juventudes - maior repositório de dados sobre jovens no país - ouviu mais de 16 mil brasileiros para descobrir o que este grupo espera do próximo governo e como a pandemia ainda impacta sua realidade. Veja os resultados.

63% entrevistados defendem a priorização da Educação. Se fossem governantes, 30% investiria no combate à fome e 27% em ações para fortalecer o Sistema Único de Saúde.

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É o que levantou a pesquisa ‘Juventudes e a Pandemia do Coronavírus’, feita pelo Atlas das Juventudes em parceria com o Conselho Nacional da Juventude. (UN)

Expectativas dos jovens eleitores

Dos 50 milhões de cidadãos entre 15 e 29 anos que vivem no Brasil hoje – cerca de um quarto da população geral – 38 milhões ou 76% estão aptos a votar nestas eleições, de acordo com dados do TSE.

E de acordo com o Atlas das Juventudes, 82% dos entrevistados confirmaram que vão votar este ano, mobilizados em torno da eleição. 9 em cada 10 defendem a democracia. 7 em cada 10, porém, estão pessimistas em relação ao compromisso dos políticos.

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Para convencer o maior número de jovens a votar pela primeira vez, mesmo sem a obrigatoriedade, organizações focadas na juventude e diversos influenciadores brasileiros se uniram em campanhas nas redes sociais. O Nossas, o Engajamundo e a artista MC Sofia são alguns dos exemplos.

A maior geração de jovens da história do Brasil demanda propostas concretas e um compromisso real de governantes e candidaturas em 2022“.

 Marcus Barão, Coordenador Geral do Atlas das Juventudes e Presidente do Conselho Nacional da Juventude.

De acordo com os jovens entrevistados, os candidatos devem priorizar a educação (63%), a saúde (56%) e a economia, trabalho e renda (49%) e a redução das desigualdades (25%).

Saúde Mental

A pandemia ainda não acabou para de 82% dos jovens. Segundo 75% deles, a principal lição deixada pelo período da crise da covid-19 foi a importância da saúde mental. A maioria apontou ter sofrido impactos em decorrência da pandemia:

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  • 60% sofreram com ansiedade nos últimos 6 meses
  • 50% se sentem cansaço e exaustão frequentes
  • 44% sentem-se desmotivados para atividades cotidianas
  • 18% relatam depressão
  • 9% relatam automutilação ou pensamento suicida

Segurança Alimentar e Psicoterapia

Quando questionados sobre ações prioritárias para que instituições públicas e privadas ajudem jovens a lidar com efeitos da pandemia:

  • 47% demandam acompanhamento psicológico especializado em jovens na saúde pública
  • 39% citam o acompanhamento psicológico nas escolas
  • 25% ações para garantir uma alimentação segura para os mais vulneráveis

Educação e Aprendizado

  • Nos últimos 6 meses, 34% já pensaram em parar de estudar e 11% ainda pensam; 55% desses jovens sentem que ficaram para trás, em termos de aprendizagem, como consequência da pandemia;
  • 52% sentem que desenvolveu ou intensificou a dificuldade de manter o foco, 43% de se organizar para os estudos e 32% para falar em público, em função do período remoto;

Amazônia

A preservação da Amazônia é um dos critérios prioritários para 90% dos eleitores jovens com 16 a 24 anos de idade, revela pesquisa do Poder Data realizada a pedido do Instituto Clima e Sociedade (iCS). Segundo o pesquisador Fábio Santos, o percentural é maior do que a média geral dos entrevistados (83%) e está ligado ao grau de politização dos jovens sobre o tema e a partir do entendimento que a proteção ambiental é uma responsabilidade do governo.

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