Os invasores quebraram móveis e vidraças, além de objetos históricos e obras de arte. Eles também invadiram gabinetes de ministros e rasgaram documentos.
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Até o momento, o prejuízo ao patrimônio público, que entra no bolso de todos os brasileiros, ainda não foi calculado.
O que rolou?
Esse movimento golpista está acontecendo há semanas em Brasília e em diversos QG do Exército pelo país; mas neste final de semana, cerca de cem ônibus chegaram de todos os lugares do Brasil. A ação foi combinada pelas redes sociais.
Era por volta de 14h quando os golpistas saíram do acampamento para caminhar em direção ao Congresso. A caminhada de 8 km foi escoltada pela Polícia Militar.
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Na Esplanada dos Ministérios, onde fica o Congresso Nacional, tinham poucos policiais militares à postos, então a barreira foi facilmente ultrapassada pelos golpistas, que subiram a rampa. Alguns PMs tentaram controlar a invasão com spray de pimenta, mas tiveram que recuar. A Polícia Legislativa não conseguiu evitar a invasão.
Depois do Congresso, o STF e o Planalto foram invadidos.
No STF, os extremistas destruíram tudo que tinha pela frente. Uma porta do ministro Alexandre de Moraes foi arrancada. Roubaram comidas, retiraram poltronas e rasgaram documentos. Todos os vidros da fachada do prédio foram quebrados.
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No Planalto, também invadiram gabinetes, vandalizaram e roubaram diversas coisas. Móveis, computadores e decorações foram quebradas. O gabinete da primeira-dama, Janja da Silva, foi invadido. A tela “As Mulatas”, de Di Cavalcanti, foi esfaqueada. A galeria com fotos dos ex-presidentes foi destruída. Armas e munições foram roubadas.
O gabinete do presidente tem uma porta blindada e não foi invadido.
O que foi feito?
Com os prédios tomados pelos golpistas, a PM aumentou o número de policiais e começou a usar bombas e gás lacrimogêneo. Além disso, também tiveram apoio da cavalaria e da Tropa de Choque. Alguns policiais e cavalos foram agredidos.
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O secretário de Segurança do DF, Anderson Torres, estava nos Estados Unidos. Torres foi ministro da Justiça até o fim do governo Bolsonaro. Ele foi demitido pelo governador do Distrito Federal e o governo federal pediu a prisão de Torres ao STF.
No sábado (7), o chefe da polícia do Senado pediu reforço ao governo do DF porque tinha recebido a informação de que bolsonaristas preparavam a invasão. Ele disse que foi ignorado.
No momento do atentado, o presidente Lula (PT) estava em Araraquara (SP) e voltou à capital federal na mesma noite. No domingo, ele assinou um decreto de intervenção para que o governo federal assuma a segurança pública do DF até o dia 31 de janeiro.
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Na madrugada desta segunda-feira (9), o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, afastou o governador do DF, Ibaneis Rocha, por 90 dias.
Prisões
Segundo o balanço mais recente da Polícia Civil do DF, divulgado nesta segunda-feira (9), 204 pessoas foram presas em flagrante nos atos golpistas de ontem. Nesta manhã, 1.200 pessoas foram detidas pela Polícia Federal em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília.
Os presos poderão responder por diversos crimes, incluindo golpe de estado, que prevê até 12 anos de prisão.
Crimes
Veja uma lista dos possíveis crimes cometidos:
- Dano ao patrimônio público da União – crime qualificado. Pena: detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
- Crimes contra o patrimônio cultural – destruir, inutilizar ou deteriorar bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial. Pena: reclusão, de um a três anos, e multa.
- Associação criminosa – associarem-se três ou mais pessoas para o fim específico de cometer crimes. Pena: reclusão, de um a três anos (pena aumenta se a associação é armada).
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito – tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais. Pena: reclusão, de 4 a 8 anos, além da pena correspondente à violência.
- Golpe de estado – Tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído. Pena: reclusão, de 4 a 12 anos, além da pena correspondente à violência.
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