O estudo do Banco Mundial avalia políticas e opções para que o país cumpra seus objetivos climáticos e de desenvolvimento estabelecidos em acordos internacionais, como o Acordo de Paris e as edições da Conferência das Partes (COPs)
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Para Stephane Hallegate, consultor de Mudanças Climáticas do Banco Mundial e co-autor do relatório, o Brasil país tem grandes desigualdades e os pobres já estão mais expostos ao risco de desastres e mudanças climáticas.
Mas esse cenário pode ser revertido com investimento: “Investir em pessoas e em infraestrutura em áreas menos desenvolvidas é importante para tornar essa população de baixa renda mais resiliente. Isso irá ajudá-los a sair da pobreza e contribuir para o crescimento econômico do país”, afirma.
Para atingir esses objetivos firmados entre Brasil e organizações internacionais, o relatório recomenda ações em quatro frentes:
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- reformas estruturais e medidas de aumento da produtividade;
- políticas econômicas abrangentes para o crescimento resiliente e de baixo carbono;
- políticas setoriais e pacotes de investimentos;
- ações para assegurar o financiamento dos investimentos necessários.
Se esse pontos forem perseguidos, acredita-se que o Brasil possa atingir um desenvolvimento verde e acabar com o desmatamento ilegal até 2028, além de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 50% até 2030, além de zerar as emissões líquidas até 2050.
Pobreza X crescimento inclusivo
Embora o Brasil tenha reduzido drasticamente a parcela de pessoas que viviam em situação de pobreza extrema nas últimas três décadas, o número voltou a subir em 2015 e 2016, chegando a 5,8% da população em 2021.
De acordo com o relatório, o aumento da pobreza extrema pode variar de 0,4% a 1,3% até 2030, dependendo do modelo de desenvolvimento escolhido.
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Veja alguns exemplos de fatores da extrema pobreza:
- queda produção agrícola relacionadas ao clima,
- alterações nos preços dos alimentos,
- impactos na saúde e redução da produtividade do trabalho devido ao calor
Para o Brasil zerar o desmatamento ilegal até 2028 sem prejudicar o desenvolvimento, o Relatório sugere medidas de apoio a atividades econômicas sustentáveis baseadas no solo e nas florestas, passando pela expansão de áreas protegidas, inclusive de territórios indígenas e melhoraria a governança florestal.
É preciso ainda criar oportunidades para pagamentos por cuidados com a natureza, tais como ecoturismo, colheita sustentável de produtos florestais não madeireiros e sistemas agroflorestais.
A criação de Reservas Florestais Legais (RFLs), conforme exigido pelo Código Florestal, também ofereceria oportunidade de geração de renda e crescimento inclusivo.
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(Com Agência Brasil)
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