Créditos da imagem: AFP

ONU investiga “vigilância” na COP27 após denúncias de participantes

As autoridades da ONU estão investigando acusações de que alguns participantes da cúpula anual do Clima, que está acontecendo no Egito, foram espionados pela polícia egípcia.

A denúncia partiu de diversos participantes da COP27, entre eles ativistas, ONGS e especialistas. Eles disseram que se sentiram sob ”vigilância” durante a cúpula.

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O Departamento de Segurança da ONU, que está trabalhando diretamente com a polícia egípcia, afirmou que foi informado de “acusações” de violações do código de conduta e que está “investigando essas alegações”.

As acusações vieram depois que a delegação alemã realizou um evento com Sanaa Seif, irmã do dissidente pró-democracia Alaa Abdel Fattah, preso e em greve de fome.

Sete meses depois de iniciar a greve de fome, Abdel Fattah passou a recusar a ingestão de líquidos desde 6 de novembro, no mesmo dia do início da COP27 em Sharm el-Sheikh, para protestar contra a situação que ele e outros 60.000 presos políticos enfrentam no Egito.

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Abdel Fattah escreveu uma carta à família na qual afirma estar “bem” e que, desde sábado, está “bebendo de novo”, disse nesta segunda-feira seu advogado, Ali Khaled.

Sanaa Seif foi repreendida em duas coletivas de imprensa por participantes do governo, que lhe disseram que seu irmão é um “criminoso” e não um “prisioneiro político”.

O Egito tentou melhorar sua imagem ao sediar a conferência sobre mudança climática, mas foi criticado durante o evento por sua política de direitos humanos.

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Uma fonte diplomática alemã disse que uma queixa foi feita ao Egito, porque a delegação “sentiu que estava sendo observada”.

Liane Schalatek, do Heinrich Boll Stiftung, afirmou que se sentiu “observada” e “claramente mais desconfortável do que em qualquer COP anterior”.

Schalatek, especialista em finanças climáticas que participa dessas reuniões da ONU desde 2008, disse que havia câmeras nas salas de reunião em Sharm el-Sheikh, voltadas para os rostos dos participantes.

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“É tão desnecessário quanto incomum para reuniões de coordenação interna”, afirmou. “E a possibilidade de que tudo esteja sendo gravado não pode ser descartada”, acrescentou.

A Human Rights Watch já havia condenado a política de “vigilância total” do Egito, que incluía a instalação de câmeras em centenas de táxis em Sharm el-Sheikh.

O grupo, com sede em Nova York, também alertou que o aplicativo para smartphone da COP27 levanta suspeitas de “vigilância”, pois exige acesso a câmera, microfone e geolocalização do dispositivo.

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(Com AFP)

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