poluição plástica
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Poluição plástica pode ser reduzida em 80% até 2040, segundo ONU

É possível reduzir a poluição plástica em 80% até 2040, desde que os países e as empresas façam mudanças profundas nas políticas e no mercado. É o que aponta o novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) "Fechando a torneira: como o mundo pode acabar com a poluição plástica e criar uma economia circular", lançado nesta terça-feira (16). O documento pede três mudanças no mercado: reutilizar, reciclar e reorientar e diversificar os produtos.

O relatório do PNUMA (🇬🇧) foi divulgado antes da segunda rodada de negociações em Paris (*) sobre um acordo global para combater a poluição plástica – que ocorrerá de 29 de maio a 2 de junho de 2023 – e descreve a magnitude e a natureza das mudanças necessárias para acabar com a poluição plástica e criar uma economia circular.

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A análise do órgão da ONU foca em soluções e analisa práticas concretas, mudanças de mercado e políticas públicas para informar decisões governamentais e ação empresarial.

plástico nos oceanos - fonte: Reprodução/Unsplash
Reprodução/Unsplash

Mudanças de mercado

O relatório sugere primeiro a eliminação de plásticos problemáticos e desnecessários para reduzir o tamanho do problema. Posteriormente, o documento pede três mudanças no mercado – reutilizar, reciclar e reorientar e diversificar os produtos:

  • Reúso: A promoção de opções de reúso, incluindo garrafas reabastecíveis, dispensadores a granel, esquemas de caução, esquemas de devolução de embalagens etc., pode reduzir em 30% a poluição por plástico até 2040. Para concretizar seu potencial, os governos devem ajudar a criar modelos comerciais mais sólidos para os reutilizáveis.
  • Reciclar: Reduzir a poluição plástica em mais 20% até 2040 pode ser possível se a reciclagem se tornar um empreendimento mais estável e lucrativo. A remoção dos subsídios aos combustíveis fósseis, a aplicação de diretrizes de design para melhorar a reciclagem e outras medidas podem aumentar a parcela de plásticos economicamente recicláveis de 21% para 50%.
  • Reorientar e diversificar: A substituição cuidadosa de produtos, como embalagens plásticas, sachês e embalagens para viagem, por produtos feitos de materiais alternativos (como papel ou materiais compostáveis) pode proporcionar uma redução adicional de 17% na poluição plástica.

Mesmo com estas medidas, 100 milhões de toneladas de plásticos vindos de produtos de vida curta e uso único ainda precisarão ser endereçadas anualmente e com segurança até 2040 – juntamente com um legado significativo da poluição plástica existente no meio ambiente. Para isso, são necessárias ações como a definição de padrões de design e segurança para o descarte de resíduos plásticos não recicláveis, bem como sua implementação, e a responsabilização dos fabricantes por produtos que liberam microplásticos, entre outros.

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Benefícios de uma economia circular

No geral, a mudança para uma economia circular resultaria em uma economia de 1,27 trilhão de dólares, considerando custos e receitas de reciclagem. Outros 3,25 trilhões de dólares seriam economizados com externalidades evitadas, como saúde, clima, poluição do ar, degradação do ecossistema marinho e custos relacionados a litígios.

Essa mudança também poderia resultar em um aumento líquido de 700 mil empregos até 2040, principalmente em países de baixa renda, melhorando significativamente os meios de subsistência de milhões de trabalhadores e trabalhadoras em ambientes informais.

O relatório também aborda políticas específicas, incluindo padrões para design, segurança e plásticos compostáveis e biodegradáveis; metas mínimas para reciclagem; impostos; banimentos; estratégias de comunicação; compras públicas e rotulagem. 

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👀 O documento pode ser acessado na íntegra, em inglês, aqui.

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