Declínios de longo prazo já foram registrados em três das 19 subpopulações de ursos polares encontradas em todo o Ártico, incluindo aquelas na parte ocidental da Baía de Hudson, no Canadá – entre as populações mais ao sul – cujos números caíram de uma estimativa de 842 para 618 entre 2016 e 2021.
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Mas alguns investigadores alertam que existem outras espécies que seriam mais adequadas como símbolos da vida selvagem ameaçada por um mundo em aquecimento. Isso porque, devido à uma lacuna de dados – principalmente na Rússia e em partes da Groenlândia – não é possível precisar a real situação mundial do urso polar.
“Não podemos falar sobre um estado global dos ursos [por causa das lacunas de dados]”, diz o professor Andrew Derocher, especialista em ursos polares da Universidade de Alberta, autor de alguns dos primeiros estudos sobre o efeito das alterações climáticas em ursos polares. “Você tem que ter uma perspectiva mais subpopulacional. Alguns estão indo bem, outros não. Isso cria muita confusão no trabalho com caçadores Inuit no Canadá, que dizem estar vendo muitos ursos. Eu digo: ‘Sim, porque você mora em uma área onde há muitos ursos, mas há outros lugares onde eles não estão tão bem’”.
Além disso, em um cenário de emissões elevadas, muitas subpopulações de ursos polares poderão desaparecer completamente neste século, alertam alguns cientistas.
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“Temos 19 populações de ursos polares em todo o Ártico e 19 cenários diferentes estão a desenrolar-se ao longo do tempo”, diz Derocher. “Acho que nossa melhor análise é que todos eles não serão extintos neste século.”
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