02 de abril: Dia da Conscientização do Autismo

O Dia Mundial de Conscientização do Autismo foi definido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007 e é comemorado no dia 2 de abril. Entenda a importância desta data! 🧩

Publicado por

Gabriela Gonçalves

2 de abril de 2023 08:55

O objetivo da data é informar a população e reduzir a discriminação e preconceito contra as pessoas que apresentam o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O autismo é uma condição de saúde, caracterizada por desafios em habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação, em muitos casos, não-verbal. Mas com terapias adequadas para cada um, a jornada e relação com o mundo podem melhorar.

O autismo é considerado pelos estudiosos mais modernos uma neurodiversidade.

Neurodiversidade: o que é? E por que precisamos falar sobre o assunto?

Você já deve ter ouvido falar em neurodivergente, neuroatípico ou atípico. Essas nomenclaturas costumam estar associadas a pessoas dentro do espectro autista. Mas também abrangem outros transtornos e condições de neurocognição, isto é: pessoas que têm um funcionamento cerebral diferente da maioria. A partir dessa ideia, surgiu o conceito de neurodiversidade, que fala sobre as diferenças que existem no cérebro humano. No exterior, o assunto é recorrente e virou tema de séries de sucesso, mas aqui no Brasil o tema ainda está engatinhando. Vem que o Curto News te explica.

Autistas entre nós

O multiartista e marido do historiador Leandro Karnal, Vitor Fadul, é autista e comentou sobre os desafios e soluções práticas para sua carreira como cantor e compositor. Em entrevista ao UpdatePop, ele disse:

“O mundo da música é um universo multissensorial, um lugar em que se vive em todas as dimensões. Faço um grande esforço para entender tudo o que se passa comigo, e um maior para explicar. As experiências que envolvem múltiplos sentidos são as mais desafiadoras”, explica Vitor.

Sensibilidade e hiperfoco

A experiência musical para um artista autista pode ser diferente de uma pessoa neurotípica. A sensibilidade pode ficar à flor da pele com a intensidade musical. Vários sentidos se misturam, como o tato, os cheiros, a visão, o coração acelerado, reações na pele acontecendo por fora, suar demais ou sentir frio demais. Cada um soma na experiência vivida e causam reações que devem ser consideradas.

A influenciadora Talita Vieira, também autista, toca teclado, violão e canta. Mas ela conta que ao logo da vida teve que lidar com a hipersensibilidade e a “irritação para alguns ruídos. Ela também compartilha com seus seguidores no Instagram seus “hiperfocos”, que são aqueles interesses extremos em algum assunto ou um estado de concentração intensa e sustentada de uma pessoa atípica.

Espectro

O autismo é um espectro, ou seja, pode incluir diversas variações, apresentar diferentes formas de manifestação, embora tenha seja ligado por características semelhantes, mas com nível de suporte diferenciados:

Nível 1: popularmente conhecido como “leve”, quando o indivíduo precisa de pouco suporte,
Nível 2: o nível “moderado”, cujo grau de suporte necessário é razoável e,
Nível 3: conhecido como autismo severo, quando o indivíduo necessita de muito suporte.

Portanto, cada autista é único! Alguns autistas podem ter hipersensibilidade e outros não. Uns podem conseguir sustentar o olhar por mais tempo do que outros que nem consegue olhar nos olhos. Uns gostam de toques , enquanto outros não suportam ser tocados. Mas lembre-se: autismo é um espectro e não um gradiente, não dá para medir a quantidade ou intensidade do autismo.

O autismo não tem cura porque não é uma doença, apenas uma forma diferente de existir.