4 pontos para entender os efeitos da queda do euro

Não está fácil nem para o euro. Pela primeira vez em 20 anos, a moeda comum da União Europeia (UE) atingiu paridade com relação ao dólar americano. Mas quais as principais consequências dessa desvalorização?

Publicado por
Bárbara Pereira

1. Perda do poder aquisitivo e inflação

Um dos primeiros efeitos é perda de competitividade entre as duas moedas. Como quase metade dos produtos importados na zona do euro são faturados em dólar, há a necessidade de mais euros para comprar essas mercadorias.

Isso ocorre na comercialização de commodities (produtos em larga escala com preços ditados pelo mercado mundial). O petróleo e o gás, que fazem parte dessa categoria, estão em alta devido à guerra na Ucrânia. Mas, outras commodities, como soja, minério e ouro, também estão.

A professora da Escola Superior Sciences Po, Isabelle Méjean, explica que esses fatores contribuem para acelerar a inflação e ameaçam o poder de compra das famílias.

Além disso, o turismo de europeus para os Estados Unidos pode diminuir já nas próximas semanas.

Pela lógica, turistas, principalmente estadunidenses, podem aproveitar a paridade no câmbio para viajar a destinos dentro da União Europeia.

2. Empresas importadoras prejudicadas

As empresas podem ser afetadas pela queda do preço do euro de diferentes maneiras, a depender da relação que mantêm com o comércio externo e de energia.

“As empresas que exportam para fora da zona do euro se beneficiam da desvalorização do euro, já que seus preços se tornam mais competitivos, mas as empresas importadoras são prejudicadas”, afirma o diretor de pesquisa do banco público Bpifrance, Philippe Mutricy.

As empresas que dependem de commodities e de energia, mas exportam pouco, vão registrar um aumento de gastos.

O mesmo não pode ser dito para a indústria manufatureira exportadora, porque seus preços fora da zona do euro serão mais competitivos.

3. Crescimento para exportadores

Também existe a possibilidade de crescimento para países com a economia voltada para a exportação, que será estimulada. A Alemanha se encaixa nesse padrão.

4. Bancos centrais

O aumento da inflação impulsionado pela desvalorização do euro pode levar o Banco Central Europeu (BCE) a elevar as taxas de juros. A contenção da inflação com o uso dos juros é relativamente comum em política monetária. Mas, há 11 anos o BCE não precisa recorrer a isso.

Texto com informações da AFP © Agence France-Presse
Foto de destaque: Reprodução/Pixabay

Curto curadoria

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Bárbara Pereira

Jornalista com experiência em produção multimídia, acredito que as redes sociais são essenciais para alcançar novos públicos e disseminar informações em linguagem acessível e descontraída. Divido minha paixão por comunicação com livros, viagens e gastronomia.

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