A proposta dos jornais e das rádios, ainda em meados do século passado, era promover uma “gincana” como os leitores e ouvintes: quem descobriria qual notícia era falsa, em 1 de abril, Dia da Mentira? E virou tradição em alguns países.
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Em um artigo publicado nesta sexta (31) no portal português PUBLICO, uma questão é levantada: “As mentiras de brincadeira ainda têm espaço nos jornais?”. O texto destaca que diversos jornais do país manterão a prática neste sábado, em pelo século 21, alegando “mentiras para honrar uma tradição”. O jornal cita concorrentes como o Correio da Manhã, A Bola, o Record e talvez o Diário de Notícias (todos de Portugal).
Já o PUBLICO, o 24horas e O Jogo não se juntam à brincadeira porque “nem de brincadeira deve-se publicar mentiras nos jornais”, dizem os diretores.
Mas para entender essa tradição estranha de publicações estrangeiras, selecionamos 5 reportagens fictícias que já circularam entre a década de 1960 e os anos de 1990 e que deram o que falar!
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1 – Nixon de volta depois de Watergate
1º de abril em 1992/ Talk of the Nation da National Public Radio (NPR): a emissora pública norte-americana revelou que Richard Nixon, presidente envolvido no escândalo do Wattergate e que acabou renunciando ao cargo diante das pressões, estaria concorrendo novamente à presidência novamente.
O show também reproduziu clipes de áudio de Nixon anunciando sua corrida, interpretados pelo famoso imitador e ator Rich Little. A história provocou imenso engajamento entre ouvintes revoltados, que não paravam de ligar na redação. (Fonte: Insider)*
2 – ‘Colheita’ do espaguete suíço
1º de abril em 1957/ BBC: Na Inglaterra, no Fool’s Day (dia dos bobos), a notícia criada pelo programa Panorama da BBC contava sobre o fenômeno das árvores de espaguete na Suíça. A colheita inusitada era fruto do fim do temido gorgulho, uma tipo de praga que afeta grãos do espaguete, e portanto quem cultivava essa “espécime” (suíços em uma região próxima à Itália) apresentava uma safra incrível da massa.
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A reportagem mostrava camponeses suíços “colhendo” a iguaria. Tudo mentira, claro. Afinal, macarrão não nasce em árvore! (Fonte: BBC/Youtube)
3 – As Ilhas San Serriffe
1º de abril em 1977/ The Guardian: o jornal britânico inventou um arquipélago no Dia da Mentira e dedicou um suplemento especial de sete páginas à história: uma pequena república que seria formada por ilhas em forma de ponto e vírgula localizadas no Oceano Índico.
Os artigos detalhavam a geografia e até destaques da cultura da fictícia nova nação, com nomes de Upper Caisse e Lower Caisse, um trocadilho com uppercase e lowercase, que significam letra maiúscula e letra minúscula.
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O sucesso da notícia falsa foi tanto que inspirou vários tabloides britânicos a inventarem e publicarem histórias no dia 1 de abril nas décadas seguintes e até hoje.
(Fonte: Media Talks)
4 – BoiMate
1º de abril, em 1983/ New Scientist : a falsa notícia publicada pela revista inglesa falava da combinação do gene do boi com o do tomate. A publicação de descobertas científicas costuma brincar com fatos “mirabolantes” e publicá-los como brincadeira em 1 de abril.
A revista deu algumas pistas a seus leitores – na maioria, especialistas, acadêmicos e pesquisadores – de que tudo não passava de uma fantasia: os biólogos Barry McDonald e William Wimpey tinham esses nomes para lembrar as cadeias internacionais de alimentação McDonald´s e Wimpy´s e a Universidade de Hamburgo, berço da “descoberta” era uma sátira ao sanduíche amado por tantos no mundo. A fusão de células vegetais e animais entusiasmou a editoria de ciência da revista Veja, na época, que acabou publicando a “pegadinha” e batizando o experimento de “Boimate”. (Fonte: Humor na Ciência)
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4 – Pelé vira técnico da seleção chilena
28 de dezembro de 1987/ Dia dos Inocentes (Dia da Mentira no Chile): nem o Rei do Futebol, Pelé, foi poupado de notícias inventadas no dia da mentira. O jornal “Fortin Mapocho” estampou na primeira página a manchete “Pelé será o técnico da seleção chilena nas eliminatória da Copa do Mundo de 1990”. A notícia foi logo estampada por outro periódico, o “El Diário”, que trazia ainda mais detalhes sobre o suposto contrato de três anos do rei com a equipe. Mas tudo não passava de mentira, para pegar “inocentes” leitores. (Fonte: O globo)
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