Ações da Credit Suisse saltam após sinal de socorro bilionário; nos EUA, governo reforça que sistema bancário é sólido

Autoridades dos Estados Unidos mantém os esforços para acalmar os mercados. Nesta quinta (16) a  secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, reafirmou que o sistema bancário dos EUA é sólido, apesar das recentes turbulências causadas pela quebra de três bancos, incluindo o SBV e o Signature Bank. Onze bancos americanos se uniram para em depositar US$ 30 bilhões no First Republic, que ameaçava quebrar. Na Europa, a sinalização de ajuda do governo ao Credit Suisse fez ações do banco dispararam.

Publicado por
Marcela Guimarães

Sistema bancário dos EUA é ‘sólido’, diz Yellen

Três falências consecutivas no setor bancário em menos de uma semana marcam as piores quebras desde a crise financeira de 2008 e levaram as autoridades americanas a tomarem medidas drásticas muito rapidamente para proteger os depósitos.

A avaliação das autoridades foi que havia “sério risco de contágio e de retiradas em massa” entre os clientes que tinham recursos acima do garantido pelo aparato federal nesses dois bancos, explicou a secretária, em uma comissão do Senado.

O Federal Reserve (Fed, Banco Central americano) também anunciou um mecanismo para conceder recursos aos bancos, se necessário, para atender a demanda de seus clientes.

“As ações desta semana demonstram nosso compromisso em garantir que nosso sistema financeiro continue forte, e os depósitos dos correntistas permaneçam seguros”, disse Yellen à Comissão de Finanças do Senado.

“Posso assegurar aos membros da Comissão que nosso sistema bancário é sólido”, acrescentou ela na audiência, destinada, inicialmente, a tratar da proposta orçamentária federal do governo Biden.

Socorro conjunto para evitar contágio

O First Republic foi mais um dos bancos nos EUA que esteve no olho do furacão em Wall Street, com ação em queda. As ações da instituição, porém, se recuperaram fortemente após informações de que outros bancos sairiam em seu socorro.

Onze bancos americanos, incluindo Bank of America, Citigroup e JPMorgan, concordaram em depositar US$ 30 bilhões no First Republic, sinalizando sua “confiança no sistema bancário do país”, segundo um comunicado conjunto.

“Esta ação dos maiores bancos dos Estados Unidos reflete sua confiança no First Republic e nos bancos de todos os portes”, ressaltou o grupo, após a quebra de três entidades do setor em menos de uma semana.

Fundado em 1985, em San Francisco, o First Republic é o 14° banco americano em volume de ativos, com US$ 212 bilhões no fim de 2022. Ele presta serviços de banco privado a pessoas físicas e empresas, bem como gestão de patrimônio.

Credit Suisse ganha um respiro

As ações do Credit Suisse fecharam em forte alta nesta quinta-feira (16) – 19,15% – depois que o banco recebeu o apoio do Banco Central da Suíça para tranquilizar os mercados, no dia seguinte da pior sessão de sua história.

O Credit Suisse anunciou, ainda na durante a madrugada de quinta, que solicitaria um empréstimo de até 50 bilhões de francos suíços (53,7 bilhões dólares) do Banco Central, além de outras medidas.

(Fonte: AFP)

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Marcela Guimarães

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