Alckmin critica contestação de Bolsonaro sobre as urnas eletrônicas

O ex-governador e candidato a vice-presidente na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB), criticou os questionamentos do presidente Jair Bolsonaro (PL) quanto à segurança das urnas eletrônicas. "Essa contestação é ridícula, porque Bolsonaro foi eleito cinco vezes pela urna eletrônica. Agora, ela não funciona mais? Na última eleição, ele foi eleito presidente da República e os dois filhos (parlamentares). Não tem sentido", afirmou Alckmin nesta quinta-feira (29), em sabatina realizada pela Folha e UOL. "É uma agenda equivocada", acrescentou.

Publicado por
Isabella Caminoto
@curtonews Alckmin critica contestação de Bolsonaro sobre as urnas eletrônicas. #TikTokNotícias ♬ original sound – Curto News

Questionado se o presidente Bolsonaro estaria preparando um tumulto semelhante ao que ocorreu no Capitólio após a derrota do ex-presidente Donald Trump nos Estados Unidos, Alckmin disse que “pode ser”. “É também diversionista. Em vez de discutir como recuperar economia, como melhorar saúde, de tratar dos problemas reais do País, como fome, desemprego, fica nesse diversionismo. Não é uma agenda do povo. É o estilo autoritário”, afirmou o ex-governador.

Voto útil

Geraldo Alckmin também refutou as críticas de outros presidenciáveis sobre o pedido de voto útil pela chapa petista. “Ninguém pede voto útil. Todo mundo pede voto. Todo candidato quer ganhar no primeiro turno. Não é uma campanha pelo voto útil É uma campanha pelo voto”, disse ele na sabatina.

O ex-governador defendeu, contudo, a resolução do pleito no primeiro turno. “É melhor para o Brasil porque sai dessa confusão, dessas brigas. De repente, pode até ter morte, ter acidente, ter tragédia. É melhor para o povo porque dá mais tempo de organizar e para a economia porque dá mais tempo de se estruturar”, afirmou. “Se tiver segundo turno, estaremos lá”, acrescentou.

Alckmin afirmou também que seja vitória em primeiro ou segundo turno, a vitória de quem ganhar “não pode ser contestada”. “Acho que tem chance (de vitória no 1º turno) porque o eleitor analisa a realidade e procura decidir, não porque há pedido de voto útil Vitória no primeiro turno evita brigas e dá mais tempo para transição. Infelizmente, não estamos em ambiente normal”, emfatizou.

Comparando com a eleição de 2018, Alckmin disse que a “desidratação” dos candidatos das pontas é menor porque os candidatos estão com menos votos que os de 2018, a qual ele disputou como candidato à Presidência.

Instituições

Na sabatina, Alckmin também criticou os questionamentos sobre o Judiciário. “Estamos vivendo em anormalidade e de contestação do Judiciário. É um erro se trabalhar contra as instituições e outros Poderes. Precisamos fortalecê-las, aperfeiçoá-las. É uma coisa autoritária”, disse.

O ex-governador afirmou que não espera que cenário de suspeição às instituições no Brasil. “Quando você levanta suspeição sem fatos não é adequado. É uma propagação de fake news”, pontuou, acrescentando que devemos respeitar as conquistas como a criação de uma Justiça Eleitoral.

Impeachment de Dilma foi injusto e não há pedalada maior que a atual, diz Alckmin

Na sabatina, Alckimin disse que o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi “injusto”, mas refutou a classificação do processo como “golpe”. “Você não pode dizer que foi golpe porque quem presidiu (o processo) foi o Supremo Tribunal Federal Acho que foi injusto porque na realidade Dilma é uma pessoa honesta e correta”, afirmou. Ele acrescentou que sempre gostou da ex-presidente – e que sempre tiveram bom relacionamento.

Alckmin disse que desde o início não viu com “bons olhos” o impeachment de Dilma. “Nunca fui favorável ao impeachment, embora tenha votado pelo impeachment do ex-presidente Fernando Collor. Quando começou impeachment de Dilma, não vi com bons olhos e tive várias conversas com direção partidária e também houve dúvida jurídica sobre pedalada fiscal”, afirmou. Ele disse que não há maior pedalada que a atual com déficit primário de 10% do PIB, não pagamento da dívida e gastos acima da arrecadação. “Devemos ter cautela com impeachment e talvez aperfeiçoar a legislação. Sou favorável ao instrumento, mas devemos aperfeiçoá-lo a fim do governo ter governabilidade”, apontou.

Sobre os casos de corrupção do Partido dos Trabalhadores e a operação Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Alckmin afirmou que o ex-presidente foi absolvido na 2ª Vara do Distrito Federal e anulação do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal. “Não podemos criminalizar a política e não se partidarizar o sistema jurídico. Acho que (prisão de) Lula foi feita para tirar o ex-presidente Lula da eleição de 2018, o que se comprovou depois que vimos que não havia competência para o processo estar em Curitiba e houve parcialidade. Ele foi injustiçado”, afirmou. “Não achei correto (Sérgio) Moro, tendo sido juiz da causa que Lula foi tirado da eleição, aceitar ser ministro de quem ganhou”, observou.

(Com Estadão Conteúdo)

Leia também:

Este post foi modificado pela última vez em %s = human-readable time difference 19:18

Isabella Caminoto

Advogada e mestranda em Direito Internacional, tenho a democracia e a liberdade como bandeiras irrenunciáveis. Sou apaixonada pelos animais e acredito que o bem-estar do nosso planeta deveria ser o destaque diário da pauta da nossa sociedade.

Posts recentes

DeepMind dá um salto gigante na computação quântica com o AlphaQubit

O Google DeepMind acaba de apresentar o AlphaQubit, um sistema de inteligência artificial (IA) que…

21 de novembro de 2024

ChatGPT está mais perto de lançar sua IA visual

Um código recém-descoberto na última versão beta do ChatGPT sugere que a OpenAI pode estar…

21 de novembro de 2024

DeepSeek revela poderosa IA de raciocínio; veja

A empresa chinesa de pesquisa em inteligência artificial (IA), DeepSeek, acaba de lançar o R1-Lite-Preview,…

21 de novembro de 2024

OpenAI lança curso gratuito de IA para professores

A OpenAI e a parceira sem fins lucrativos Common Sense Media lançaram um curso de…

20 de novembro de 2024

Robôs da Figure transformam produção da BMW; saiba como

Brett Adcock, CEO da Figure, postou uma atualização sobre os robôs humanoides da empresa trabalhando…

20 de novembro de 2024

Microsoft revela agentes de IA especializados e ferramentas de automação

A Microsoft acaba de apresentar uma suíte de novos agentes de inteligência artificial (IA) especializados…

20 de novembro de 2024