A polícia alemã prendeu, nesta quarta-feira (7), 25 pessoas de um grupo de extrema-direita suspeitas de planejar ataques às instituições democráticas do país, incluindo o Parlamento. Duas delas foram presas na Áustria e na Itália, em uma grande operação que mobilizou quase 3 mil agentes, com mais de 130 ações de busca e apreensão.
Os detidos são suspeitos de “preparativos concretos para entrar de maneira violenta no Bundestag (Câmara Baixa do Parlamento) com um pequeno grupo armado”, informa um comunicado divulgado pelo Ministério Público.
“Suspeitamos que um ataque armado estava sendo planejado contra os órgãos constitucionais”, afirmou o ministro da Justiça, Marco Buschmann, em uma mensagem no Twitter, na qual destaca uma “ampla operação antiterrorista”.
A imprensa alemã destaca que esta é a maior operação policial do tipo na história do país.
Além dos 25 detidos, outras 27 pessoas estão sendo investigadas por suspeitas de integrar a célula criminosa, informou o MP.
As autoridades da Alemanha classificaram a violência de extrema-direita como a principal ameaça à ordem pública, à frente do extremismo islâmico.
Há alguns meses, as autoridades desmantelaram um pequeno grupo de extrema-direita suspeito de planejar atentados no país e o sequestro do ministro da Saúde, que implementou as medidas de restrição anticovid.
A operação tem como alvo o movimento “Reichsbürger” (Cidadãos do Reich). Os integrantes não reconhecem as instituições, não obedecem a polícia nem pagam impostos.
A célula, fundada no final de 2021 tem como objetivo superar a ordem estatal existente na Alemanha e substituí-la por uma forma de Estado própria”, afirma o comunicado do MP de Karlruhe, responsável por casos que afetam a segurança do Estado.
A rede de extrema-direita estava ciente de que para eliminar a ordem democrática “também haveria mortes”, mas considerava “uma etapa intermediária necessária” para alcançar a “mudança de sistema”.
Segundo a justiça, a organização estava muito bem estruturada, com um “órgão central” e um “braço militar” responsável por comprar equipamentos e treinar os integrantes no uso das armas. Também tinha comissões de “justiça, relações exteriores e saúde”.
Ex-militares integravam o grupo.
(Com AFP)
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