Ameaçado pelo avanço republicano nas eleições de meio de mandato de terça-feira (8), que podem colocar Donald Trump no caminho da disputa nas urnas em 2024, o presidente americano Joe Biden se esforçou no domingo para mobilizar suas tropas em defesa da democracia.
“Se todos vocês forem votar, a democracia estará apoiada, não é uma brincadeira”, disse o presidente democrata para um público majoritariamente comprometido com sua causa, na Universidade Sarah Lawrence, no norte de Nova York, um estado tradicionalmente democrata.
“Agora é o momento para que sua geração a defenda, a preserve, a escolha”, insistiu, depois de recordar o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 por partidários do republicano Trump.
As eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, nas quais toda a Câmara e um terço do Senado são renovados, além de uma série de cargos estaduais, são frequentemente vistas como um referendo sobre o presidente em exercício. O partido no poder tende a perder cadeiras no Congresso, principalmente se, como acontece com Biden, o índice de aprovação do presidente é inferior a 50%. Quase 40 milhões de americanos já votaram de maneira antecipada, segundo a NBC News.
O ex-presidente Donald Trump também discursou no domingo em um estado favorável aos republicanos, a Flórida. Em Miami, ele seguiu alimentando a expectativa de uma declaração iminente de sua candidatura presidencial em 2024.
“Provavelmente terei que fazer isso de novo”, brincou o republicano em seu discurso, ao referir-se a um eventual novo mandato. Os simpatizantes começaram a gritar “mais quatro anos”, que é o tempo do mandato presidencial nos Estados Unidos. Trump pediu que todos permaneçam “atentos” a seu último comício nesta segunda-feira em Ohio.
Os destinos escolhidos por Biden e Trump demonstram que na reta final das “midterms” de 8 de novembro eles não tentam mais convencer os indecisos. Em um país com divisões partidárias mais profundas do que nunca, os partidos tentam convencer a maior quantidade possível de simpatizantes a comparecer às urnas.
Na disputa por mobilização, a dinâmica esteve, nos últimos dias, do lado republicano. Biden pode se apresentar como um defensor da classe média, contra os republicanos, que cita como o partido dos ricos, mas em um contexto de inflação acelerada esta retórica não gera apoio.
O Partido Democrata tenta fazer campanha em defesa do direito ao aborto e da democracia, mas os republicanos se concentraram em duas questões específicas: preços altos e insegurança.
Confiantes no triunfo, os candidatos republicanos aceitarão todos os resultados das urnas, com vitória ou derrota, prometeu em entrevista ao canal CNN a presidente do partido, Ronna McDaniel.
Há dois anos, os democratas têm uma maioria estreita na Câmara de Representantes e apenas um voto de vantagem no Senado, o da vice-presidente Kamala Harris.
As pesquisas indicam uma vitória tranquila dos republicanos na Câmara de Representantes e chances de retomada da maioria no Senado.
Ao se comprometer a “respeitar” os resultados, a presidente do Partido Republicano contradisse muitas declarações de candidatos próximos a Trump, que nunca admitiram a derrota nas eleições presidenciais de novembro de 2020
De acordo com analistas e o campo democrata, quase 300 candidatos republicanos estariam dispostos a contestar os resultados das eleições de terça-feira.
(Com AFP)
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