A americana Amy Pope, de 49 anos, será a primeira mulher a dirigir a Organização Internacional para as Migrações das Nações Unidas (OIM), indicaram a própria agência e uma diplomata americana nesta segunda-feira (15).
Pope disputou as eleições com o atual diretor-geral, o português Antonio Vitorino, que buscava um segundo mandato, mas que retirou sua candidatura após um primeiro turno de votação secreta na qual foi amplamente derrotado por sua rival.
Vitorino obteve 67 votos na primeira votação, na qual 165 dos 175 membros da OIM participaram com voto secreto.
A americana conseguiu 98 votos, 12 a menos dos 110 necessários para atingir a maioria de dois terços, e será a primeira mulher a liderar a organização.
Pope ocupava o cargo de vice-coordenadora de Gestão e Reforma da OIM e assume suas funções em 1º de outubro, detalhou a organização em comunicado.
A campanha para o cargo provocou uma divisão entre Washington, cujos candidatos tradicionalmente comandavam a agência, e seus aliados europeus, tensões que ela agora terá que amenizar.
“Parece ter causado uma consternação diplomática”, disse a professora associada da Universidade McGill em Montreal e especialista da OIM, Megan Bradley, à AFP.
Normalmente, os chefes das agências da ONU que desejam um segundo mandato são reeleitos sem oposição.
“Todos os meus antecessores por 70 anos tiveram dois mandatos, não vejo por que um primeiro mandato bem-sucedido não seria seguido por outro”, declarou em março Vitorino, de 66 anos, o segundo diretor da OIM não americano da história e eleito em 2018.
Mas Pope, de 49 anos, parece ter convencido alguns países com sua nova visão, focada no impacto da mudança climática na migração.
“Ainda estamos presos às velhas formas de encarar a migração”, disse ela à AFP em março.
A OIM, que foi incorporada às Nações Unidas há apenas sete anos, foi fundada em 1951 para gerenciar os deslocados na Europa após a Segunda Guerra Mundial.
As eleições aconteceram em um contexto crítico de aumento do número de migrantes no mundo – 281 milhões, segundo uma estimativa de 2020.
A campanha por esse posto causou uma divisão entre Washington, cujos candidatos dirigiram tradicionalmente a agência, e seus aliados europeus. Tensões que Pope, agora, terá que aliviar.
Habitualmente, os chefes das agências da ONU que desejam um segundo mandato são reeleitos sem oposição.
O anúncio da candidatura de Pope “causou um pouco de comoção”, admitiu uma diplomata da UE sob anonimato em Genebra.
“Todos os meus antecessores por 70 anos tiveram dois mandatos, não vejo por que um primeiro mandato bem-sucedido não seria seguido por outro”, declarou em março Vitorino, de 66 anos, o segundo diretor da OIM não americano da história e eleito em 2018.
Vittorino, eleito em 2018, foi elogiado por liderar de forma eficaz essa crescente organização e contou com forte apoio dos países da UE nessa candidatura à reeleição.
Mas Pope, de 49 anos, parece ter convencido alguns países com sua nova visão, ao insistir na necessidade de levar a OIM “ao século XXI”.
“Ainda estamos presos às velhas formas de encarar a migração”, disse ela à AFP em março.
A futura diretora focou sua campanha nos impactos da mudança climática sobre a imigração, “um dos desafios mais importantes para nossa geração”.
Pope dedicou a maior parte de sua carreira às questões migratórias, trabalhando, inclusive, no governo de Barack Obama.
O atual presidente Joe Biden a defendeu nos últimos dias, uma pressão para reafirmar o tradicional controle de Washington sobre o cargo de diretor da OIM, segundo os observadores.
A OIM, que foi incorporada à ONU há apenas sete anos, foi fundada em 1951 para gerir a crise dos deslocados na Europa, após a Segunda Guerra Mundial.
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