Mas esses acontecimentos não deveriam surpreender. Está claro, há muito tempo, que Bolsonaro não respeita os princípios republicanos e pode tentar subvertê-los. O rápido esclarecimento dessa farsa das rádios não será suficiente para frear o DNA golpista do bolsonarismo.
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Mas o que preocupa é uma tendência -na imprensa inclusive – de se menosprezar a possibilidade de o golpismo vir a prevalecer. Estamos presenciando nos últimos anos uma gradual corrosão de nossa democracia e nada garante que ela ainda esteja sólida o suficiente para resistir aos trancos que devem vir por aí.
Perdemos a noção do perigo? Ontem, Bolsonaro, presidente da República, convocou os chefes das Forças Armadas para discutir um tema eleitoral, sobre o qual a Justiça já tinha se manifestado. Uma pauta absolutamente fora das atribuições dos militares. Na saída, deu uma entrevista reafirmando suas falsas acusações e atacando o poder judiciário. Disse também que vai respeitar o que manda a Constituição. Mas essa declaração pode ser levada a sério saindo da boca de alguém que sempre desprezou as regras democráticas? Viramos um país de velhinhas de Taubaté?
Nossa história e exemplos recentes de outros países mostram que ambições golpistas não devem ser subestimadas. Pela defesa da democracia, não há espaço para hesitação.
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