ANÁLISE: primeiro debate presidencial não parece ter sido relevante para alterar a rota da eleição

Jair Bolsonaro foi Bolsonaro. Agressivo, falastrão, atacou de forma covarde e inaceitável a jornalista Vera Magalhães. Deve render muito trabalho para as agências de checagem de fake news nesta segunda-feira (29).

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua não sendo capaz de lidar com as acusações de corrupção durante os governos petistas. Esquivou-se quando elas surgiram, procurando ressaltar as conquistas, no seu entender, de seu período na Presidência da República. Talvez por manter uma boa liderança nas pesquisas, adotou uma postura discreta. Novamente, as próximas pesquisas mostrarão se essa atitude surtiu o efeito desejado.

Ciro Gomes (PDT) manteve sua tentativa de ser o candidato mais propositivo. Até que conseguiu, mas o Ciro agressivo reapareceu ao falar principalmente de Lula.

Nesse contexto, as duas candidatas, Simone Tebet e Soraya Thronicke, talvez tenham conseguido se diferenciar, embora distantes do qualquer brilho revelador. Luiz Felipe d’Avila (Novo) manteve uma postura olímpica, sem ataques, tentando se destacar do restante da turma, mas sem o requebrado talvez essencial numa campanha dessa envergadura.

Um início morno, apenas.

Quente foi apenas o bastidor, com dois personagens se comportando como um péssimo exemplo para todos que querem evitar que a agressividade entre os oponentes tome conta das ruas, se traduzindo em violência.

Em termos de Brasil, seu futuro como nação, tão carente de soluções, num mundo onde a questão da sustentabilidade é crucial e urgente, no geral o evento foi apenas mais uma decepção.

(João Caminoto)

Esse primeiro debate foi realizado pela Band, Folha de S.Paulo, TV Cultura e UOL