Ao menos nove pessoas morreram nesta quarta-feira (2) em uma operação policial contra o tráfico de drogas no Complexo da Penha, um conjunto de favelas na zona norte do Rio de Janeiro, informou a Polícia Militar.
Esta nova incursão ocorre logo depois de outras 33 mortes nas mãos das forças de segurança nos últimos cinco dias: 14 no estado de São Paulo e 19 na Bahia.
O objetivo da ação no Rio era “localizar e prender integrantes de facções criminosas” da região, cujos líderes se reuniriam nesta quarta, segundo informações de Inteligência que guiaram a operação, informou a nota da polícia.
A polícia informou ainda que os agentes “foram atacados a tiros” por indivíduos armados e que houve confronto.
“Onze suspeitos foram socorridos” e levados para um hospital, mas “nove deles não resistiram” aos ferimentos.
Entre os mortos, há dois líderes de facções criminosas, indicou a polícia.
Um policial militar ficou ferido, mas se encontra em situação “estável”.
Foram apreendidos sete fuzis, munições e granadas.
Operações policiais sangrentas em favelas se multiplicaram na última semana. No estado de São Paulo, o gatilho foi o assassinato a tiros de um policial da Rota, Patrick Bastos Reis, de 30 anos, durante uma patrulha em uma comunidade do Guarujá, na Baixada Santista, a 60 km da capital.
Em resposta, as forças de segurança lançaram a chamada Operação Escudo contra o crime organizado, que deixou até o momento 14 mortos desde o fim de semana, informaram as autoridades.
O governador Tarcísio de Freitas (PRB) disse que o tráfico de drogas tomou a Baixada Santista, região formada por nove municípios próximos à cidade de São Paulo.
Freitas, ex-ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro, justificou a represália aos suspeitos em “confrontos” com a Polícia Militar.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse na segunda-feira que a reação na Operação Escudo não lhe parecia “proporcional em relação ao crime que foi cometido”.
Mas a onda de violência registrada nos últimos dias também veio da Bahia, estado governado por Jerônimo Rodrigues (PT). Lá, uma operação policial lançada na última sexta-feira resultou na morte de sete “suspeitos” na cidade de Camaçari, 50 km ao norte de Salvador.
No domingo, em Itatim, 200 km a oeste, oito pessoas morreram em uma ação da polícia. E outras quatro foram mortas durante outra operação em um bairro de Salvador.
Em 2022, o Brasil registrou 6.429 mortes nas mãos da polícia, o que equivale a 17 por dia, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
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