Uma imagem com o conteúdo alterado que circula no Twitter mostra uma publicação de Bolsonaro no Facebook em que ele manifesta o desejo em acabar com o feriado de 12 de outubro a partir de 2023. A informação foi desmentida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
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“Bolsonaro nunca acabaria com um feriado religioso. Nós somos os verdadeiros cristãos”, declarou o filho do presidente.
Drogas e religião
Em grupos de Telegram, por outro lado, bolsonaristas compartilham um vídeo manipulado para parecer que Lula estaria dando entrevistas embriagado. A gravação ainda afirma que, se a esquerda vencer essa eleição, todas as drogas seriam legalizadas no Brasil.
Em outro vídeo divulgado nas redes, o vereador de Belo Horizonte Nikolas Ferreira (PL) – o deputado federal mais votado do País este ano – associa o uso de drogas, o fechamento de igrejas e a perseguição de padres a Lula.
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“Quando as igrejas forem fechadas, padres forem perseguidos e proibirem de professar a sua própria fé, faz o ‘L'”, diz ele.
O material foi reproduzido na conta da deputada federal Bia Kicis (PL-DF) no Instagram. A campanha petista já rechaçou qualquer associação desse tipo.
Aposentados
Já apoiadores de Lula, como o deputado federal André Janones (Avante-MG), têm espalhado a informação de que o ex-presidente da República e senador Fernando Collor (PTB-AL) será o ministro da Previdência em um eventual segundo mandato de Bolsonaro no Executivo.
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Janones postou uma imagem adulterada que atribui a informação ao portal de notícias G1. “Alguém sabe se isso aqui é verdade? Mais cedo estava rodando muito no zap, agora vi que postaram aqui no Twitter também”, escreveu. “Bora alertar o povo sobre os riscos caso isso ocorra! Se viralizar por lá, já era! É guerra.”
Na manhã do domingo, o deputado mineiro voltou ao assunto. Um vídeo publicado por Janones, editado e fora do contexto, mostra Bolsonaro dizendo que Collor será ministro e confiscará benefícios dos aposentados. “Não sei a veracidade disso, mas não me parece montagem. Recebi via Whats. Esperamos o pronunciamento do presidente Bolsonaro. Caso seja verdade, é grave”, disse o parlamentar.
O vídeo tinha uma marca d’água do ex-secretário da Cultura e deputado eleito Mario Frias, que reagiu. “Janones utilizou um vídeo com minha marca retirando completamente do contexto o que o presidente disse. Isso é propagação de fato inverídico com fim eleitoral e eu tomarei as medidas judiciais cabíveis”, declarou Frias.
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Em resposta, Janones mencionou uma publicação feita por Bolsonaro que associa o Primeiro Comando da Capital (PCC) a Lula
PCC
No sábado, Bolsonaro compartilhou o áudio em que um suposto traficante comenta a disputa presidencial. “Marcola, chefão do PCC, confessa que Lula é o melhor para o crime organizado”, diz o texto do conteúdo publicado pelo candidato à reeleição.
No última dia 2 – data do primeiro turno das eleições – o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, determinou a remoção de publicações que afirmam que Marcola declarou voto em Lula.
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Na decisão, o ministro disse que a informação é “inverídica e descontextualizada” e que a Corte não poderia permitir a circulação de notícias falsas na véspera do pleito.
Ainda no domingo, Janones discutiu com deputados bolsonaristas, como Carla Zambelli (PL-SP) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que acusaram o deputado de divulgar conteúdo falso.
“Será? Se realmente for fake, é gravíssimo! Pela primeira vez temos a mesma opinião! Deixa comigo, vou avisar em todos os grupos de WhatsApp que o vídeo está fora de contexto e que seu pai não falou isso! Mais importante do que vencer é termos eleições limpas”, ironizou Janones.
Justiça Eleitoral
Na semana passada, as equipes jurídicas de ambos os candidatos ao Palácio do Planalto recorreram ao Tribunal Superior Eleitoral para pedir a remoção de publicações e propagandas falsas ou fora de contexto.
Na sexta-feira, a campanha de Bolsonaro acionou o tribunal para proibir a propaganda do ex-presidente Lula que o associava ao canibalismo.
O ministro do TSE Paulo de Tarso Sanseverino também determinou ao Twitter e ao Facebook a retirada de 31 publicações associando Lula ao ditador da Nicarágua, Daniel Ortega. A decisão gerou polêmica por incluir um post do jornal paranaense Gazeta do Povo e foi tratada como censura por entidades.
Outra ação protocolada pela equipe jurídica de Lula pede a remoção de 34 perfis, classificados pela campanha petista como disseminadores de informações falsas. Entre eles, estão os perfis de Carla Zambelli, Nikolas Ferreira e dos irmãos Carlos e Eduardo Bolsonaro, filhos do presidente.
No domingo, durante participação no canal Pilhado, no YouTube, Bolsonaro afirmou que não precisa de “fake news” para criticar o partido adversário, apenas “falar a verdade”.
(com Estadão Conteúdo)