O procurador-geral da República, Augusto Aras, divulgou um vídeo em seu canal do YouTube nesta quinta-feira (21) em que defende o sistema eleitoral. A publicação foi feita três dias depois dos ataques do presidente Jair Bolsonaro às urnas eletrônicas.
O procurador-geral da República, Augusto Aras.
O vídeo é uma entrevista concedida por Aras na Procuradoria Geral da República a jornalistas da imprensa estrangeira no último dia 11. Em mensagem divulgada junto com a publicação, Aras diz que “diante dos últimos acontecimentos no país (…) recorda a necessidade de distanciamento, independência e harmonia entre os Poderes”.
A gravação é anterior à reunião de Bolsonaro com diplomatas no Palácio da Alvorada. O procurador-geral não faz menção direta aos ataques feitos pelo presidente na ocasião e nem em outras circunstâncias.
Na publicação, Aras diz que, nas eleições desse ano, “quem for eleito, será empossado” e que o ocorrido nos Estados Unidos na posse presidencial, quando apoiadores do ex-presidente Donald Trump invadiram o Capitólio, não vai se repetir no Brasil.
Durante a entrevista, o PGR comenta que tem “confiança as urnas e no sistema eleitoral brasileiro”. Ele afirma que não é possível aceitar a alegação de fraude, já que a urna eletrônica tem demonstrado êxito e lisura ao longo dos anos.
“A polarização do Brasil não é diferente de outros países. Nós, aqui no Brasil, temos não só buscado medidas judicias que punam culpados, mas também promovido programas de pacificação social e respeito aos contrários”, declarou.
Na terça-feira (19), mais de 40 procuradores federais enviaram uma representação a Aras em que cobram uma investigação contra Bolsonaro pelos ataques ao sistema eleitoral. Trinta subprocuradores da República também emitiram nota pública – o cargo é um principais da estrutura do Ministério Público Federal.
Desde que assumiu o mandato, Aras não apresentou nenhuma denúncia contra Bolsonaro.
Nessa história, o silêncio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre as declarações de Bolsonaro chama a atenção. A atitude é diferente da tomada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (União-MG), que comentou que a segurança do processo eleitoral não pode ser mais colocado em dúvida.
(Foto de topo: Reprodução/José Cruz/Agência Brasil)
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