Após um silêncio sepulcral de mais de 40 horas após o resultado das eleições, o presidente Jair Bolsonaro falou à imprensa, mas não citou a derrota nas urnas. Em uma manifestação curta, Bolsonaro agradeceu os milhões de votos que recebeu e mandou recado para aliados: apenas manifestações pacíficas são bem-vindas. “Somos pela ordem e progresso”, disse o presidente.
Com horas de atraso e acompanhado de um staff de ministros, o presidente derrotado nas urnas, Jair Bolsonaro, fez um pronunciamento à imprensa cheio de contradições: ao mesmo tempo em que afirmou respeitar a Constituição, disse que os protestos pelo país são resposta a “como se deu o processo eleitoral”.
“Fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos acusadores, sempre jogue nas quatro linhas da Constituição. Continuarei cumprindo os mandamentos da Constituição”, disse Bolsonaro.
Antes, porém, o presidente agradeceu – pela primeira vez – os 58 milhões de votos que recebeu no último domingo (30) e justificou as manifestações que ocorrem pelo país:
“Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça sobre de como se deu o processo eleitoral“.
O presidente disse que manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, por outro lado condenou, indiretamente, atos que impedem o direto de ir e vir da população.
“Nossos método não podem ser os da esquerda que sempre prejudicaram que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”, afirmou o presidente”, complementou.
Bolsonaro repetiu o lema integralista – o fascismo brasileiro – “Deus Pátria e Família“, disse que nunca falou em controlar a imprensa e arremata afirmando que a direita surgiu “de verdade em nosso país“, com “robusta representação no congresso mostra força dos valores” .
“Somos pela ordem e progresso, mesmo contra o sistema enfrentamos”, concluiu Bolsonaro.
Logo após a breve fala de Bolsonaro, Ciro Nogueira assumiu o microfone no púlpito para falar sobre a transição de governo, tema que não foi abordado pelo presidente.
“O presidente Jair Bolsonaro autorizou, quando for provocado, com base na lei, a iniciarmos o processo de transição”, disse o ministro.
“A presidente do PT [Gleisi Hoffmann], segundo ela em nome do presidente Lula, disse que na quinta-feira será formalizado o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin. Aguardaremos que isso seja formalizado para cumprir a lei do nosso país”, completou Nogueira.
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