Segundo o levantamento, 97% dos entregadores e 95% dos motoristas são homens . A média de idade é de 33 anos (entregadores) e de 39 anos (motoristas). A maior parte possui Ensino Médio completo (cerca de 60% dos motoristas e entregadores) e se declaram pretos ou pardos (62% dos motoristas e 68% dos entregadores).
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Um dado chama ainda mais atenção: a maioria dos trabalhadores de aplicativos exercia outra atividade econômica antes dos apps – 67% dos entregadores e 57% dos motoristas.
Para Victor Callil, coordenador de pesquisas do CEBRAP, o estudo explica mais sobre esse novo campo de trabalho que se abriu com a oferta dos aplicativos desenvolvidos por empresas de tecnologia, para mediar atividades de transporte e logística.
“Trazendo novas informações, esta publicação se soma a outras pesquisas da área, que já investigam estes trabalhadores com metodologias diferentes. O intuito de ampliar o conhecimento sobre as características relacionadas ao trabalho desempenhado por motoristas e entregadores, é ajudar a pensar quais são as ações privadas e políticas públicas que podem ser desenvolvidas para produzir um mercado de trabalho justo e coerente com os anseios da sociedade”, explica Calil.
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Veja os principais dados levantados pela pesquisa que ouviu 3.025 motoristas e entregadores:
- A flexibilidade de horários é o principal atrativo da atividade em apps segundo os trabalhadores, seguido dos ganhos.
- 48% dos entregadores e 37% dos motoristas têm outros trabalhos, dos quais cerca de 50% e 40% com carteira assinada, respectivamente.
- 80% dos entregadores e 60% dos motoristas) dizem que pretendem continuar trabalhando com as plataformas.
- A jornada média de trabalho de motoristas está entre 22 e 31 horas semanais, enquanto para entregadores oscila entre 13 e 17 horas semanais. O engajamento varia muito entre os trabalhadores: alguns têm as plataformas como trabalho exclusivo, outros como trabalho complementar.
- A renda líquida dos motoristas, já considerando os custos, para 40h semanais pode variar entre R$ 2.925 e R$ 4.756 por mês; para entregadores, entre R$ 1.980 e R$ 3.039. Os ganhos observados para as duas categorias são superiores ao salário mínimo e à remuneração média do mercado para pessoas com a mesma escolaridade.
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