O câncer de mama é o que mais acomete e mata mulheres hoje. Apesar disso, 95% dos quadros têm chances de cura se descobertos na fase inicial. Neste outubro, mês de conscientização sobre a importância da prevenção e o diagnóstico precoce dessa doença, o Curto conversou com Ruffo Júnior, mastologista e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). Segundo o doutor, o "medo" do diagnóstico ou a demora para buscar ajuda após os primeiros sintomas são algumas das barreiras difíceis da luta para redução dos riscos e mortalidade do câncer de mama. Veja como se prevenir e os principais mitos e fake news que circulam no país sobre este câncer, segundo cientistas.
No Brasil, em 2020, o câncer de mama foi a causa de morte mais frequente entre a população feminina, correspondendo a 15,5% dos óbitos. Tirando o câncer de pele (não melanoma), este também foi o câncer mais frequente entre mulheres das 5 regiões do país, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Para o médico mastologista e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) Ruffo Júnior, existem duas “principais barreiras” na busca pela redução da mortalidade do câncer de mama hoje: “detecção precoce e o tempo entre a paciente sentir alguma coisa e poder ter um diagnóstico adequado“.
Porém, uma das dificuldades levar mais pessoas aos cuidados corretos é a circulação de informações falsas associadas ao câncer de mama. Uma recente pesquisa do Ipec a pedido da Pfizer mostrou que o entendimento e a percepção das brasileiras sobre a doença ainda difere muito do que a Medicina recomenda. 64%, por exemplo, acreditam que o autoexame é o principal meio para diagnósticos de quadros em estágio inicial, quando o consenso entre sociedades médicas é de que a mamografia tenha este papel. (Agência Brasil)
Ipec/Pfizer – mentiras sobre o câncer de mama
Para o câncer de mama ser detectado precocemente, a paciente deveria passar por exames sistemáticos de mamografia. Porém, Ruffo alerta que “não adianta só fazer mamografia quando ela sentir o nódulo” se, após um primeiro sinal, a paciente não buscar, o quanto antes, um tratamento contínuo e efetivo.
“Uma coisa, que não é mito, é o medo do câncer, o medo de ter um diagnóstico…que afasta muito a mulher dos exames. Outra coisa, é um receio muito grande de apertar a mama, de que pode estragar a mama e machucá-la Isso é completamente um mito.”
Ouça o trecho da entrevista com o Dr. Ruffo Júnior:
Grande parte das pessoas, contudo, ainda não tem acesso ou não pratica as recomendações médicas para enfrentar os riscos da doença, considerada um problema de saúde pública dentro e fora do Brasil. E é aí que mora a importância do Outubro Rosa, amplo movimento de conscientização sobre a doença iniciado na década de 1990.
Anualmente, durante o mês de outubro, entidades médicas buscam sensibilizar populações sobre a prevenção, detecção precoce e rastreamento do câncer de mama. “A campanha do Outubro Rosa ajuda a elevar em 30% os exames que detectam câncer de mama”, afirma Ruffo Júnior.
Dentre as ações promovidas pelo Brasil e pelo mundo no Outubro Rosa, estão discussões, mutirões de exames, orientações sobre auto-exames, reuniões com sobreviventes e divulgação de informações oficiais para o combate à doença.
Veja algumas das principais informações e indicações médicas quando o assunto é controle do câncer de mama:
A descoberta deste câncer não depende apenas de terceiros. Segundo o especialista Ruffo Júnior, 70% das mulheres que frequentam o Sistema Único de Saúde descobrem sozinhas o tumor, com toque. Poucas delas usam a mamografia, procedimento que é feito apenas por cera de 24% das brasileiras.
74,2% das pacientes na rede pública detectaram o câncer através de sintomas e sinais, não de exames periódicos, segundo o especialista.
Pra a prevenção, o ideal é que mulheres entre 40 e 60 anos façam anualmente exame de mamografia, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). Para as que têm casos de câncer de mama e/ou ovário na família, os exames devem começar mais cedo e conforme orientação do mastologista.
Diferentemente das sociedades brasileiras especializadas, o Ministério da Saúde preconiza que a mamografia seja realizada em mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos.
Como identificar o câncer de mama?
A maioria dos casos se manifestam com um caroço na mama, mas a doença também pode se apresentar de outras formas. Confira na imagem ao lado, que é parte da Cartilha 2022 – Sociedade Brasileira de Mastologia.
Durante a pandemia da covid-19 no Brasil, consultas eletivas foram suspensas e muitos tratamentos prejudicados. Entre 2019 e 2021, o número de pessoas que realizavam tratamento por câncer de mama caiu. (UOL) Especialistas apontam que um dos impactos da crise sanitária pode ser sido a redução do número de diagnósticos do câncer de mama, uma vez que serviços de saúde e hospitais voltaram atenção para internações por covid.
Projeto Itaberaí – Corrida pela identificação
Em Goiás, o Projeto Itaberaí trabalha para que mais mulheres possam ser examinadas sem sair de casa, para ampliar a realização de mamografia e reduzi a mortalidade do câncer de mama.
Segundo explica o doutor Ruffo, a ideia é que a mulher não tenha que ir ativamente até uma unidade de saúde “buscar a mamografia”, etapa que acaba sendo interrompida. “As agentes de saúde comunitária estão sendo treinadas para fazer exames nas casas que elas já visitam”, diz o mastologista. O projeto é realizado pela Universidade Federal de Goiás em parceria com a SBM.
Ouça o trecho da entrevista com o Dr. Ruffo Júnior:
Mulher, procure exames preventivos no SUS, em consultórios médicos que atendem convênios ou particulares. Cuide-se e evite o câncer de mama!
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