“À noite, a RPC (República Popular da China) informou aos Estados Unidos que recusou nosso convite do início de maio para uma reunião do secretário Austin com o Ministro Nacional de Defesa da RPC, Li Shangfu, em Singapura esta semana”, disse o porta-voz do Pentágono, brigadeiro-general Patrick Ryder, em um comunicado.
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“A falta de vontade da RPC em participar de discussões de natureza militar não diminuirá o compromisso (do Departamento de Defesa) em buscar linhas abertas de comunicação com o Exército de Libertação Popular”, acrescentou Ryder.
Consultado sobre a reunião, o Ministério das Relações Exteriores da China não confirmou que rejeitou o convite.
“Os Estados Unidos sabem claramente por que atualmente há dificuldades na comunicação militar entre China e Estados Unidos”, afirmou a porta-voz Mao Ning, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (30).
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“Os Estados Unidos devem respeitar seriamente as preocupações de soberania, segurança e interesses da China, corrigir de imediato suas ações incorretas, mostrar sinceridade e criar a atmosfera e as condições para o diálogo militar entre China e Estados Unidos”, destacou.
Um alto funcionário de Defesa dos EUA descreveu o assunto como “o mais recente de uma série de desculpas”, afirmando que desde 2021 a China “recusou ou não respondeu dezenas de pedidos do Departamento de Defesa para a participação de líderes-chave, múltiplas solicitações de diálogos permanentes e cerca de dez compromissos de trabalho”.
Li foi sancionado pelo governo dos Estados Unidos em 2018 pela compra de armas russas, embora o Pentágono afirme que isso não impede Austin de tratar de assuntos oficiais com ele.
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Austin deve viajar para Singapura esta semana para participar do Diálogo de Shangri-La, uma cúpula de defesa onde anteriormente se encontrou com o antecessor de Li, Wei Fenghe, em junho do ano passado.
Wei e Austin se reuniram novamente no Camboja no final de 2022, mas as tensões entre Washington e Pequim aumentaram este ano sobre questões como Taiwan e um suposto balão espião chinês que foi derrubado por aeronaves americanas.
Austin e outros funcionários dos EUA têm trabalhado para forjar alianças na Ásia com o objetivo de contrabalançar a influência de Pequim, embora também haja sinais de que os dois países estão trabalhando para reduzir as tensões.
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O Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, se reuniu com o diplomata chinês Wang Yi em Viena no início deste mês, e o presidente Joe Biden recentemente disse que os vínculos entre Washington e Pequim devem descongelar “muito em breve”.
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