“Ainda bem que agora as temperaturas não estão tão baixas”, lembra o advogado e contador brasileiro Fábio Morgado, que imigrou para a Montreal, na região de Quebéc, há mais de 10 anos. “Se esse fenômeno tivesse ocorrido em janeiro – quando as temperaturas podem chegar a 25 graus negativos – seria uma catástrofe”, acrescenta.
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Nesta quinta, a temperatura em Montreal subiu para 8 graus, suficientes para que o gelo derreta.
O fenômeno climático não é comum, mas ocorre de tempos em tempo no Canadá: a chuva cai e congela instantaneamente. “Os fios se rompem, os galhos de árvores que caem e arrebentam a fiação”, conta Morgado, que tem que “quebrar” as lâminas de gelo para sair com o carro.
Os canadenses conhecem bem os estragos da chamada “chuva congelante”, um fenômeno que não é tão comum mas aparece de tempos em tempos. Em 1998 houve uma tempestade assim que entrou para a história, após 10 dias de chuva congelante.
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Os jornais da época contam que até o sistema bancário ficou sem energia por semanas e as pessoas tiveram que fazer compras ao estilo dos nossos avós: anotando na caderneta! Houve dezenas de mortes pelo frio intenso, já que os aquecedores não funcionam sem eletricidade.
O episódio ficou conhecido como o “pior desastre natural da história do Canadá”, como descreveu o jornal The Toronto Star. A “tempestade congelante” assolou as províncias canadenses de Ontário, Quebec e New Brunswick, como mostra esse documentário do Discovery Monstreal ⤵️.
Queda no fornecimento de energia
O governo de Montreal informou nesta quinta-feira (6) que a queda de energia afetou, no pico, 1,1 milhão de casas, escritórios e estabelecimentos comerciais em Montreal.
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O primeiro-ministro Justin Trudeau foi ao Twitter dizer que todas as forças estão concentradas para normalizar o fornecimento de energia e auxiliar a população nas províncias afetadas:
O brasileiro Fábio Morgado e a esposa Mariana são alguns dos moradores da região metropolitana que ainda não foram afetados pela queda na energia. Estamos oferecendo ajuda, chamando conhecidos para usar o fogão, banho e se aquecer”, conta o brasileiro.
“Aqui em casa está tudo normal, mas ontem eu não consegui ir para a universidade, HEC Montreal, onde faço outra graduação, porque não havia energia elétrica e as aulas foram suspensas”, lembra.
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Imagens de arquivo pessoal
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