Com dimensões semelhantes às do Estado de Sergipe, o Catar pode ser percorrido de ponta a ponta em cerca de duas horas e meia de carro. Essa pequena península ao sul do Golfo é um dos menores países árabes, com 11.571 km². Segundo dados do Banco Mundial de 2021, tem 2,9 milhões de habitantes, a maioria estrangeiros.
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País pequeno, economia gigante
O Catar é um dos maiores produtores de gás natural liquefeito do mundo e tem um dos PIBs per capita mais altos, de 61 mil dólares em 2021, segundo o Banco Mundial.
Durante mais de três anos, até janeiro de 2021, a economia do Catar foi afetada por um embargo imposto pela Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito – que acusavam o país de apoiar grupos extremistas e se aproximar do Irã xiita, principal rival na região de Riade, capital e principal centro financeiro da Arábia Saudita. Com o fim do embargo, o Catar agora se beneficia da recuperação econômica pós-covid.
O país se destacou no cenário internacional graças a investimentos em diversos campos, a maioria deles realizados por seu fundo soberano, a Qatar Investment Authority, um dos mais importantes do mundo. Sua filial, a Qatar Sports Investments (QSI), é proprietária dos times Paris Saint-Germain e KAS Eupen – este último da primeira divisão do futebol belga. Em 10 de outubro passado, anunciou a compra de 21,67% do clube português Sporting Braga.
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Dinastia Al-Thani
País conservador muçulmano, governado pela família Al-Thani desde meados do século XIX, o Catar recusou-se a se integrar a federação dos Emirados Árabes Unidos em 1971, quando se tornou independente após 55 anos sob autoridade britânica.
Em 2004, entrou em vigor a primeira Constituição, embora a família Al-Thani mantenha a maior parte do poder. Adiadas em várias ocasiões, as primeiras eleições legislativas diretas ocorreram em outubro de 2021, com um censo eleitoral muito restrito. Não foi eleita nenhuma mulher e um terço dos membros do Parlamento continua sendo nomeado diretamente pelo emir.
O emir atual, Tamim ben Hamad Al-Thani, chegou ao trono em 2013, após a abdicação de seu pai, o xeque Hamad ben Khalifa Al-Thani.
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Al Jazeera e beIN Sports
Criada no fim de 1996, a emissora de televisão Al Jazeera, que tem mais de 80 escritórios em todo o mundo e transmite em vários idiomas, foi a caixa de ressonância dos movimentos da Primavera Árabe. Mas seus críticos julgam sua linha editorial muito favorável aos islamitas e a consideram, às vezes, uma ferramenta a serviço da diplomacia do país.
A filial beIN Sports, do grupo audiovisual beIN Media, entrou no mercado internacional depois de começar a transmitir na França em 2012. Especializada em entretenimento, a beIN Media adquiriu em 2016 os estúdios americanos Miramax e o pacote de canais turcos via satélite Digiturk.
Antes da Copa do Mundo de 2022, o país já havia organizado várias competições internacionais: os Jogos Asiáticos em 2006, os Jogos Pan-árabes em 2011, a Copa da Ásia de futebol em 2011, o Mundial de Handebol em 2015 e o Mundial de Atletismo em 2019.
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Direitos humanos
Mas nem tudo é uma maravilha no país de estádios suntuosos que sediará a Copa. As organizações de defesa dos direitos humanos têm feito duras críticas ao Catar pelo tratamento dispensado a seus trabalhadores do setor da construção, vindos da África e da Ásia.
Aliado dos Estados Unidos
No começo de 2022, o presidente americano, Joe Biden, alçou o país à condição de 18º “maior aliado fora da Otan” dos Estados Unidos. O emirado já abriga a maior base militar americana na região.
O país desempenhou um papel de negociador entre os americanos e os talibãs, agora no poder no Afeganistão, e colaborou nas operações de retirada de civis após a queda de Cabul, em agosto de 2021.
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Saiba mais
- Onde fica o Catar? Saiba detalhes do país que é sede da Copa do Mundo de 2022 (Exame)
- Copa do Mundo do Qatar: 10 pontos para visitar no país além dos estádios (CNN Brasil)
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- Catar – onde fica, história, mapa e mais (UOL)
- Copa do Mundo pode levar US$ 17 bilhões à economia do Catar (Bloomberg Línea)
(Com AFP)