“A operação terminou: foi realizada sem complicações e durou três horas”, anunciou o serviço de imprensa da Santa Sé.
PUBLICIDADE
A operação foi “necessária” devido ao agravamento dos sintomas apresentados pelo sumo pontífice, informou sua equipe médica, e exigirá “vários dias” de hospitalização, acrescentou a nota divulgada pelo diretor do serviço de imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.
As audiências do papa foram canceladas até 18 de junho “por precaução”, segundo a Santa Sé.
Depois de comandar a audiência geral de quarta-feira na Praça de São Pedro, no Vaticano, acenando para os fiéis a bordo do “papamóvel”, o pontífice argentino foi transportado, com escolta policial, ao hospital Gemelli, na capital italiana.
PUBLICIDADE
Bruni explicou que a cirurgia consistiria de uma laparotomia (incisão do abdômen) e colocação de uma prótese.
“A operação, preparada nos últimos dias pela equipe médica que atende o Santo Padre, tornou-se necessária por causa de uma hérnia incisional que provoca síndromes de obstrução recorrentes, dolorosas e em vias de agravamento”, acrescentou Bruni.
O secretário de Estado e número dois da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, disse que esta operação não implicará “nenhuma vacância”, “nem uma substituição temporária do papa no exercício de suas funções”.
PUBLICIDADE
Após a intervenção, o pontífice retomará o exercício do seu ministério, “mesmo que seja de uma cama de hospital”, disse Parolin à imprensa. “Casos urgentes serão levados para o hospital”, acrescentou.
Antecedentes médicos
Na manhã de terça-feira, o papa compareceu ao hospital Gemelli e foi submetido a “exames”, mas o Vaticano não revelou detalhes.
Em julho de 2021, Francisco permaneceu quase 10 dias internado no mesmo hospital para uma cirurgia de cólon, do qual teve extirpada uma parte. O próprio papa afirmou que sofreu “sequelas” da anestesia.
PUBLICIDADE
No fim de março, Francisco, eleito papa em 2013, voltou a ser internado no hospital Gemeli para tratar uma infecção respiratória, que exigiu o uso de antibióticos.
Francisco declarou há duas semanas, em entrevista ao canal Telemundo, que a “pneumonia” foi tratada “a tempo” e que se ele decidisse esperar por mais algumas horas, o caso poderia ter sido mais grave.
Saúde frágil
Após a cirurgia desta quarta-feira, o pontífice deve permanecer internado no 10º andar do hospital Gemelli, no mesmo quarto onde ficou o papa João Paulo II, que foi operado em várias ocasiões neste centro médico.
PUBLICIDADE
Jorge Bergoglio também sofre dores crônicas no joelho direito, que o obrigam a usar uma cadeira de rodas ou uma bengala em seus deslocamentos.
O líder da Igreja Católica cancelou a agenda no dia 26 de maio devido a um quadro de febre, que não exigiu hospitalização. No dia seguinte, ele retomou seus compromissos.
A saúde de Francisco provoca com frequência especulações sobre uma eventual renúncia. Ele já declarou em várias oportunidades que cogitaria deixar o cargo – como fez o antecessor, Bento XVI, falecido em 31 de dezembro -, caso sua saúde o obrigasse, mas recentemente afirmou que a ideia não estava em seus planos.
Apesar da saúde frágil, Francisco mantém a agenda de viagens. No início de agosto, ele viajará a Lisboa para as Jornadas Mundiais da Juventude. No mês seguinte, o papa visitará a Mongólia e Marselha, cidade do sul da França.
O papa é acompanhado de forma permanente por uma equipe médica, tanto no Vaticano quanto em suas viagens ao exterior.
O dispositivo é necessário, sobretudo porque Francisco tem um histórico médico complexo: aos 21 anos, sofreu pleurisia, uma condição grave que resultou na ablação parcial de um pulmão.
Leia mais: