O julgamento civil contra Donald Trump em Nova York, acusado de estupro e difamação por uma ex-jornalista, avança para seu desfecho nesta segunda-feira (8), com as alegações finais da querelante e dos advogados de defesa do ex-presidente americano.
E. Jean Carroll, de 79 anos, processou Trump no ano passado, alegando que ele a estuprou em uma loja de departamento de Nova York em meados da década de 1990. Ex-colunista da revista Elle, ela também afirma que Trump a difamou depois que ela tornou pública sua acusação em um livro em 2019.
Ao apresentar suas alegações finais nesta segunda, a advogada de Carroll instigou o júri de um tribunal federal em Manhattan a responsabilizar Trump pelo ocorrido.
“Ninguém, nem mesmo um ex-presidente, está acima da lei”, afirmou a advogada Roberta Kaplan.
A defensora lembrou ao júri que sua cliente foi interrogada “por mais de dois dias e respondeu a cada pergunta”, em particular as “razões por não ter gritado” durante o suposto estupro que teria ocorrido há mais de 25 anos.
Trump, que sempre negou as acusações, não compareceu ao tribunal durante as audiências do julgamento.
Contudo, nos trechos em vídeo do interrogatório ao qual foi submetido pela advogada de acusação em outubro do ano passado, divulgados na sexta-feira, ele disse que se trata da “história mais ridícula e asquerosa”. “Tudo é mentira”, frisou, e tachou Carroll de “doente”.
Ele reiterou que não conhecia a acusadora, apesar de ambos aparecerem sorridentes, junto de seus respectivos parceiros, em uma foto apresentada no julgamento e feita antes de seu suposto encontro em 1996, na qual Trump confundiu Carroll com sua ex-esposa Marla Maples.
Além disso, Trump descreveu Carroll como uma mulher que “não fazia [seu] tipo”.
“A verdade é que” Carroll “fazia exatamente o seu tipo”, disse, por outro lado, Kaplan.
Os advogados de Trump devem apresentar seus argumentos finais mais tarde nesta segunda, antes de os nove jurados – seis homens e três mulheres – se retirarem para deliberar na terça-feira.
O veredicto, que é esperado para esta semana, determinará a possível responsabilidade de Trump e, em caso afirmativo, a indenização por danos e prejuízos que Carroll reivindica.
O caso é um de vários revezes legais que o republicano de 76 anos enfrenta enquanto busca voltar à Casa Branca nas eleições de 2024.
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