Na esteira do nervosismo desencadeado pela falência do Silicon Valley Bank, as ações do banco Credit Suisse - o segundo maior banco da Suíça - chegaram a cair até 30% nesta quarta-feira (15), e cada papel da instituição fechou o dia no menor valor histórico, de 1,55 franco suíço. O banco já vinha enfrentando problemas há meses, e o temor de uma crise bancária aprofunda a situação delicada.
Apesar das tentativas do presidente do Credit Suisse de tranquilizar os investidores em um mercado febril diante das instabilidades do setor bancário não foi suficiente para conter a queda das ações da instituição na bolsa de valores.
Axel Lehmann descartou que o banco precise de ajuda governamental: “Não é um tema”, afirmou ele, durante uma conferência do setor bancário na Arábia Saudita. “Temos índices financeiros sólidos, um balanço sólido”, insistiu.
As medidas tomadas por autoridades norte-americanas, após a falência do banco californiano Silicon Valley Bank (SVB), e as garantias dos governos europeus sobre a solidez dos sistemas bancários conseguiram estabilizar um pouco os mercados na terça-feira (14), mas a situação continua sendo considerada frágil.
Abalado por vários escândalos, o Credit Suisse registrou um prejuízo líquido de quase 7,3 bilhões de francos suíços (US$ 7,917 bilhões) em 2022. Este foi o pior resultado de um banco suíço desde a crise financeira de 2008, quando a instituição registrou prejuízo superior a 8 bilhões de francos.
“Parece que cada vez mais investidores estão olhando para o CS (Credit Suisse) como o próximo dominó mais provável de cair”, disse Neil Wilson, analista da Finalto. Mas “é realmente grande demais para quebrar”, acrescentou.
Porque, ao contrário do SVB, o naco suíço é um dos 30 bancos internacionais considerados “grandes demais” para entrar em falência! Então há regras mais rígidas para que ele não quebre.
O colapso das ações do banco suíço se acelerou depois que o principal acionista, o Banco Nacional Saudita, negou ampliar sua participação no capital da instituição.
Os sauditas possuem, hoje, 9,8% do banco suíço. “Se passarmos de 10%, uma série de novas regras entra em vigor”, alegou Amar Al Judairy, presidente da instituição saudita.
O banco está em dificuldades há dois anos, após a falência da empresa financeira britânica Greensill, que marcou o início de uma série de escândalos que enfraqueceram o banco. Desde março de 2021, a ação perdeu mais de 83% de seu valor.
Alguns acionistas acabaram jogando a toalha, como a empresa de investimentos americana Harris Associates, um de seus apoios mais importantes e que revelou, na semana passada, ter vendido toda sua participação.
“A pressão sobre o Credit Suisse chega, em um mercado já muito nervoso”, disse à AFP Jane Foley, analista do Rabobank.
(Fonte: AFP)
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